Os desafios do necessário isolamento social no Brasil em casos de pandemia

É sabido que o Brasil vivenciou diversas pandemias, entre elas a mais atual o COVID-19, entretanto, as medidas de isolamento apresentaram diversos empecilhos. De modo análogo, a conjuntura da gripe espanhola, nos meados de 1918, a cidade de Filadélfia nos EUA ignorou as medidas protetivas de isolamento sugeridas pelo estado, promovendo a maior disseminação da doença e consequentemente um maior número de óbitos. Nesse sentido, os impactos psicológicos agravados durante o isolamento social revelam a carência de educação emocional, ademais, a escassez de infraestrutura econômica salienta-se a partir das medidas tomadas pelo Estado.

A priori, o abalo emocional é o principal fruto da quarentena, promovido pela mentalidade debilitada da sociedade contemporânea. Por conseguinte, filmes como Contágio de 2011, o qual ilustram cenários pandêmicos, deixam a população ainda mais ansiosa e nervosa, em conjunto com a grande carga de informação transmitida pela mídia. Outrossim, é a teoria da Modernidade Liquida de Zygmunt Bauman, na qual há a apresentação da liquidez nas relações sociais, tal qual, a tensão presente nos domicílios devido ao esquecimento do viver em conjunto, em decorrência desse fato as denúncias de violência doméstica aumentaram em 50% desde o início do isolamento pelo COVID-19. Por certo, é evidente a carência na educação emocional que ensine a lidar com a tensão e ansiedade.

Outro aspecto de suma importância é a deficiência de infraestrutura econômica que atenda as demais faces da sociedade. Similarmente a teoria do filósofo Karl Marx, onde o estado é um instrumento de dominação de classes, as medidas adotadas pelo governo brasileiro durante o combate ao corona vírus são superficiais e controlam quem irá ficar em isolamento, entre elas, o auxílio emergencial que deveria atingir cerca de 51,1 milhões de brasileiros, todavia, apenas 13,1 milhões receberam o mesmo. Desse modo, os trabalhadores, em sua maioria informais, que não foram amparados são forçados a voltar para as ruas que não possuem o mesmo número de tráfego, logo, o lucro é baixo e a chance de contaminação alta. Assim sendo, nota-se o descaso de políticas que atendam toda a população.

Dado o exposto, é imprescindível notar que há grandes empecilhos no isolamento social durante pandemias. Nesse sentido, faz-se necessário a atuação do Ministério da Saúde na criação de plataformas, as quais deverão atingir as mazelas sociais, preferencialmente através da internet, com o intuito de promover a educação emocional. Do mesmo modo que o Ministério da Economia deve criar um mapeamento de cadeias essenciais, garantindo recursos indispensáveis, isto é, validando a melhora no processo de distribuição de auxílios emergenciais, com a finalidade de fornecer infraestrutura suficiente para que apenas a cota mínima da população saia a fim de dar continuidade aos serviços essenciais.