“Se o penhor dessa igualdade conseguimos conquistar com braço forte”. Esse trecho, extraído do Hino Nacional brasileiro, escrito por Francisco Manuel da Silva, retrata uma visão idealizada a respeito de uma nação justa e igualitária. Todavia, ao se analisar o contexto atual, percebe-se que essa idealização vai de encontro à realidade brasileira, haja vista que uma parcela significativa da população enfrenta os percalços do analfabetismo funcional, problemática recorrente no Brasil devido à desigualdade social. A partir desse contexto, é preciso ir à origem do problema e analisar os empecilhos vivenciados por esse público.
Convém compreender, nesse contexto, que o Estado atua como principal motivador da precária alfabetização. Esse panorama acontece porque o poder público, o qual tem o papel de fornecer os direitos mínimos à população, não investe o suficiente na educação, uma vez que não são destinadas políticas públicas para a contratação de profissionais voltados a fornecer o letramento do corpo social. Como resultado deste revés, observa-se a questão do analfabetismo funcional, na qual pessoas sabem ler, mas que não conseguem interpretar textos ou, até mesmo, realizar operações matemáticas. Tal questão, infelizmente, vai de encontro aos princípios da Constituição Federal, a qual assegura, entre tantos benefícios, o direito à educação de qualidade. Logo, percebe-se que não adianta tratar o Brasil como pátria amada, já que é um país que não cuida nem dos seus filhos.
Além disso, é preciso pontuar os desafios enfrentados pelos analfabetos funcionais. Isso porque esses indivíduos são deixados de lado, uma vez que, majoritariamente, são tratados como incapazes de realizar o trabalho em razão da pouca formação educacional, o que, por conseguinte, ocasiona o desprezo por parte das empresas. Com isso, esses cidadãos recorrem ao trabalho informal, o qual, por vezes, submete o cidadão a situações fúnebres, como o trabalho escravo. Assim, é desanimador notar que esse óbice rompe o lema “Ordem e Progresso” explícito na bandeira do Brasil, haja vista que cerca de 48% da população não é funcionalmente alfabetizada, segundo dados do IBOPE. Dessa forma, nota-se que, enquanto medidas não forem tomadas para resolver essa mazela, a nação verde-amarela continuará em desordem e sofrendo os danos do retrocesso.
Portanto, cabe ao MEC, em parceria com os governadores estaduais, mitigar o analfabetismo funcional. Essa ação pode ocorrer por meio de verbas do governo federal, as quais serão destinadas às prefeituras de cada estado, sendo utilizadas para a ampliação de docentes especializados na prática de novos letramentos. Tais profissionais ajudarão pessoas que apresentam dificuldades em ler e escrever, contando com a ajuda de empresas para o fornecimento de empregos, a fim de desenvolver as habilidades sociocognitivas nesses cidadãos e prepará-los para o mercado de trabalho, evitando, dessa forma, o aumento das atividades informais. Afinal, é chegada a hora de transpor a letra do Hino Nacional do Brasil para os dias atuais e fazer jus ao lema “Ordem e Progresso”.
ingridvetrano
Redação muito útil para o nosso país que necessita de mentes pensantes como você, caro amigo.
Só recorrigindo no primeiro parágrafo, faltou a palavra NÃO no trecho retirado do texto pela primeira avaliação. Achei muito criativa, interessante e coerente sua redação nota 1999 pelo erro ortográfico apresentado no primeiro parágrafo.
EliandriaSouza
Gostei da sua redação, introdução impecável.
Coerência foi do início até o fim, porém na parte “Portanto, cabe ao MEC, em parceria…” Você esqueceu de identificar a sigla MEC para o entendimento melhor do leitor na sua redação, entretanto, eu lhe daria 10/10. Já que você apresentou domínio da língua culta o uso ortográfico correto das palavras.
Choclet
Oi, tudo bom?
Em primeiro lugar, você escreve muito bem, tão bem que fica “até” difícil corrigir assim. Só vou dar algumas observações menores:
No trecho “Todavia, ao se analisar o contexto atual, percebe-se que essa idealização vai de encontro à realidade brasileira, haja vista que uma parcela significativa da população enfrenta os percalços do analfabetismo funcional, problemática recorrente no Brasil devido à desigualdade social.”, não seria NÃO vai de encontro?
E no último parágrafo, eu sugiro você não usar a palavra “pode”, isso acaba deixando um pouco menos convincente.
Não sou especialista, mas acho que sua redação está ótima, te daria um 1000/1000 com certeza. Só não sei como você conseguiu fazer isso tudo caber em 30 linhas kkkkk