Os desafios da sociedade em aceitar as manifestações culturais.

Segundo o pensador André Maralux, ” A cultura não se herda, conquista-se “. Neste sentido, hodiernamente, apesar de o Brasil  possuir uma enorme diversidade cultural, ainda é um desafio fazer a sociedade compreender as diferenças e se colocar no lugar do outro, pois o tradicionalismo  presente na contemporaneidade faz jus a este panorama. Dessa maneira, é necessária a análise concreta da problemática, com ênfase no estigma e na falta de debate, no qual trazem contornos específicos ao mal-estar da sociedade.

Sob esse viés urge citar o estigma como promotora desse problema. Segundo Albert Einstein, ” É mais fácil desintegrar um átomo, do que um preconceito “. Seguindo essa linha de raciocínio, percebe-se que o estigma cultural está presente na sociedade quando o sotaque, uma expressão linguística,  religião, festa junina, vestimentas, influências indígenas e africanas ainda são motivos de discriminação, assim comprovando o preconceito cultural. Esse quadro é consequência do tradicionalismo,  no qual traz a ideia de que as antigas tradições devem permanecer, para que a sociedade viva em equilíbrio, ou seja, fazendo com que a os cidadãos não evoluam como pessoa, contribuindo com o desrespeito e interferindo na dignidade humana.

Outrossim, pode-se citar a ausência de debate como promotor desse óbice. Na obra,” A primeira missa do Brasil”, de Victor Meirellis, nota-se que o pintor deixa explícito a diversidade cultural presente naquela época,  isto é, um povo simples que frequentavam os mesmos lugares,  respeitando costumes, crenças, ideias e tradições. Sob essa perspectiva, é notável que se a obra de Meirelles fosse debatida e refletida ajudaria muito nesse infortúnio, visto que, muitas crianças, ainda na infância, já se mostram “carregadas” de preconceitos dentro de si, em relação a qualquer diferença encontrada, certamente, são adquiridos com aqueles que o jovem convive. Logo, portanto, se houvesse mais debates tanto na comunidade escolar,  iria evitar que gerações futuras adquirissem esses ideais, que foram  transpostos principalmente pelo conservadorismo, ou seja,  os professores passariam a levar esses assuntos para ser discutido em sala de aula, fazendo  as crianças e os jovens a refletirem e manifestarem as suas opiniões, assim evitando a discriminação e o etnocentrismo.

Em vista disso, percebe-se que medidas devem ser tomadas para mudar esse quadro, já que podem resultar no aumento do preconceito cultural. Para combater esses empecilhos, o Ministério da Educação, em parceria com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por meio das escolas, deve dar ênfase em uma formação docente de qualidade, que torne o professor competente em seu fazer diário da sala de aula e que lhe dê o suporte pedagógico necessário para ser o mediador entre os saberes que os alunos trazem do seu meio social, isto e,  trazer discussões em sala de aula, com a finalidade de  que  gerações futuras passem a valorizar a diferentes entre povos de culturas diferentes. Assim, os desafios atrelados em os cidadãos em aceitar as manifestações culturais serão mitigados, e o pensamento de André Maralux será consumado.