Os desafios da educação universitária no Brasil

Na música de Trapper (gênero derivado do Rap) do cantor Matuê, “Cidade 2000”,
tem um trecho crítico referente à educação “Esse sistema falho, ir pra escola é um atraso”,
na qual referencia-se os descasos educacionais aos mecanismos incorporados no Brasil.
Fora da obra artística, existem vários entraves para a educação universitária brasileira, fruto
da negligência estatal e da ausência institucional.
Primeiramente, sabe-se que a máquina pública tem uma enorme influência nas
áreas bases de funcionamento da sociedade, na qual a educação está inserida. Segundo o
filósofo John Rawls, o Governo deve agir de tal forma que todos, independente da sua
identidade social, tenham o direito ao poder de acesso e escolha sobre o que desejam. Sob
esse viés, constata-se o mau funcionamento das políticas públicas como um impedimento
das pessoas de classes mais baixas da sociedade brasileira ingressarem em faculdades,
tornando esse direito privativo aos ricos.
Ademais, percebe-se, pelo engajamento dos cidadãos, que as instituições dirigem
as pessoas a tomarem decisões. De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, as
instituções– igreja, família, escola e outros grupos sociais – devem intervir nas atitudes da
massa social, pois, caso contrário, a sociedade entra em anomia, gerando problemas no
sistema de organização. Sob essa ótica, constata-se a omissão das instituições um motivo
que interrompe o acesso das pessoas aos espaços acadêmicos, pois esses entes
necessitam de um apoio para se direcionar a caminho de uma universidade, orientando, os
indivíduos desinformados, de que essa opção transforma o ser humano e sua relação com
o meio.
Portanto, é mister que algo seja realizado para amenizar esses percalços. Então, o
Estado deve agir de forma ampla para todos no quesito educacional, por meio do
desenvolvimento das leis de cotas – regimento existente, porém não atende as
especificações de muitos estudantes – nas universidades federais e estaduais, a fim de que
a s desigualdades sociais sejam menos presentes na comunidade estudantil. Dessa
maneira, a negligência estatal seria reduzida, aumentando o índice de estudantes, da
classe baixa, nas universidades.