Os desafios da educação universitária no Brasil

Conforme afirmou o filósofo J.J. Rousseau, em sua teoria contratualista, o Estado surgiu não como um bem, mas sim como uma solução para a redução das desigualdades no âmbito social, que teriam surgido com a propriedade privada. Paralelamente, o governo brasileiro tem diminuído disparidades, pois vê-se um maior acesso ao ensino superior no país. Contudo, alguns desafios ainda necessitam ser superados, como o pequeno número de vagas e o baixo investimento nas faculdades, o que impede que tal educação possa de vez triunfar.

É de suma importância ressaltar, de início, que a questão da quantidade de vagas deve ser discutida. Nesse sentido, é possível destacar que, há poucos anos atrás, o acesso ao ensino superior no país estava restrito à classe média e alta, o que mudou a partir de programas como Fies e Prouni e das polêmicas cotas, que deram mais chances às minorias. Assim, com uma maior demanda, é necessário que mais vagas sejam disponibilizadas, para que haja uma proporção em relação à maior acessibilidade.

Além disso, um grande impasse impede que a educação universitária no país avance: o pouco investimento. Nessa perspectiva, é possível afirmar que esse ensino tem sido negligenciado pelo Estado, o que pode ser comprovado a partir da “Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos”, de 2016, a qual cortou verbas exorbitantes que seriam destinadas às faculdades, o que gerou diversas contestações e greves por parte dos estudantes. Dessa forma, foram “freados” o progresso do ensino e de pesquisas em diversas instituições, o que é um problema.

Portanto, fica evidente que tais impasses em relação à educação universitária devem ser detidos. Para isso, cabe ao Estado preconizar o desenvolvimento de mais instituições, por intermédio do Executivo, o qual deve buscar a construção de câmpus em todas as regiões do Brasil, a fim de que o reduzido número de vagas seja, aos poucos, superado. Ademais, é importante que o o mesmo agente invista mais nesse setor, bem como menores cortes de verbas destinadas às faculdades sejam vigentes, para que esse ensino possa triunfar de vez, e, assim, o Estado seja um bem para o país, o que deixaria Rousseau surpreso.