Os desafios da educação inclusiva no Brasil.

No ensaio “Cidadanias Mutiladas”, Milton Santos dissertou sobre a importância de um país promover o bem-estar coletivo com o objetivo de diminuir mazelas do território nacional. Entretanto, tal raciocínio não é colocado em prática no sistema de educação brasileiro, já que pessoas com deficiências e outros grupos marginalizados deparam-se com diversos desafios relacionados ao ensino. Nesse cenário é necessário atuar nas raízes do problema: a falha na educação e a negligência da família.

Dessa maneira, pode-se apontar a falha na educação como um impasse na tentativa de inclusão de pessoas com deficiência nas instituições de ensino. Para o filósofo romano Sêneca: a educação é uma grande influenciadora no que diz respeito à formação e desenvolvimento do sujeito. Todavia, percebe-se a má utilização dessa ferramenta na sociedade brasileira. Uma vez que as escolas não são devidamente preparadas para atender às especificidades dos alunos, prejudicando o aprendizado e a sociabilidade. Assim, urge a necessidade de corrigir as lacunas no sistema de ensino.

Por sua vez, destaca-se a negligência da família no que tange aos obstáculos na educação de grupos minoritários. Conforme o sociólogo Talcott Parsons, a família é considerada uma “fábrica que produz personalidades humanas”. Sob esse viés, entende-se a responsabilidade dos parentes no entrave, dado que muitos não buscam apoiar e participar da criação e formação educacional de crianças com deficiência, afetando negativamente o progresso desses jovens. Nesse contexto, deve-se propor uma mudança no comportamento familiar.

Portanto, é indispensável intervir sobre as causas na falta de integração social na educação brasileira. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Educação faça melhorias no sistema de ensino por meio de uma reforma no currículo escolar e da especialização de profissionais para atender a pessoas com deficiência, com a finalidade de tornar a educação mais acessível e equitativa. Bem como promover campanhas para as famílias, como palestras e eventos que propaguem conscientização. A partir disso, é possível proporcionar o bem-estar coletivo como defendeu Milton Santos.