Os desafios da educação de jovens e adultos no Brasil.

No século XX, conhecido como a “Era dos Extremos”, a base doutrinária estabelecida pelo poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht afirmava que “nenhum problema nos deve parecer natural, nem impossível de ser mudado”. Sob essa ótica, os desafios da educação de jovens e adultos no Brasil urge por mudanças significativas. Nesse ínterim, infere-se o descaso governamental e a falta de conscientização como sendo, decerto, canalizadores deste panorama.

Antes de tudo, é lícito postular a falta de empenho do governo como estimulador deste revés, no que diz respeito à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thommas Hobbes, o Estado é o responsável pelo bem-estar social, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta de atuação das autoridades, a desvalorização da educação de jovens e adultos é particularmente nociva quando os recursos públicos destinados a manutenção, infraestrutura, desenvolvimento e incentivo à educação tornam-se cada vez menores. Tal fator expõem o risco de descontinuidade de programas e instituições fundamentais, como exemplo o EJA (Educação de Jovens e Adultos), para o sistema educacional, com impactos severos sobre a economia, equidade, educação e desenvolvimento nacional.

Ademais, é válido ressaltar a influencia da irreflexão sobre a problemática. Sob tal perspectiva, é oportuno assinalar que, conforme o sociólogo Émile Durkheim a sociedade deve ser analisada de maneira crítica e distanciada do senso comum. Nesse sentido, a proposta de Durkheim pode ser aplicada quando se analisa a indiferença cultural da sociedade com a educação tardia, uma vez que sem a conscientização necessária sobre a importância dos estudos, a sociedade brasileira menospreza os benefícios do âmbito acadêmico na construção de um individuo e marginaliza cidadãos que buscam retomar os estudos na fase adulta.

Desta forma, fica clara a necessidade de concentração objetiva em diretrizes que formulem mudanças expressivas. Para tal, o Poder Público deve investir no setor educacional por meio da destinação de verbas, a fim de reverter o contexto de inoperância governamental prevalente. Tal ação pode, ainda, ser divulgada na mídia de massa juntamente com campanhas educativas de incentivo à educação, para que a população tome conhecimento das medidas do Estado e, concomitantemente, se sensibiliza e conscientize acerta da importância da educação brasileira. Deste modo, o país será capaz de amenizar a negligencia administrativa e a desinformação social.