OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL

O Brasil está repleto de problemas socioeconômicos a serem discutidos, porém, todos eles podem ser direcionados à uma solução: a educação básica, a qual proporciona oportunidades àqueles que, sem ela, não teriam essa possibilidade. A educação move o mundo e, como a citação de Imannuel Kant busca mostrar, “o homem é aquilo que a educação faz dele”. A educação é prática de liberdade, é ato revolucionário.

Por conseguinte, a educação faz-se extremamente necessária. No entanto, a sociedade brasileira passa por situações de extrema pobreza, o que impede crianças de irem às escolas e adultos de terminarem sua formação. Ora, sem direitos básicos, como garantir a escolaridade? A falta de recursos mostra-se real também nas escolas públicas, destinadas, justamente, àqueles que possuem menores condições. Toda essa situação estabelece quem pode frequentar as escolas e quem não deve. Ainda, se a educação é ato que leva à liberdade, não é correto afirmar que não proporciona-la a população pobre, é o mesmo que arranca-los da liberdade?

Diante dessa perspectiva, podemos traçar vários paralelos para compreender como isso tudo funciona. Um deles aconteceu no período anterior à Segunda Guerra Mundial, quando Hitler, aos poucos, promovia o antissemitismo. De acordo com o diário de Anne Frank, uma das primeiras medidas do governo fascista foi tirar os judeus das escolas. Essa decisão foi uma total negação de direitos, e uma maneira de tirar oportunidades de ascensão dos judeus na sociedade germânica.

Portanto, podemos perceber que a educação sendo impedida promove ainda mais a diferença de classes e beneficia aqueles no “topo”. Como bell hooks incita: A educação leva à transgressão. Essa é uma ameaça para a sociedade elitista. Nas favelas, por exemplo, o crime, a falta de água, desastres naturais, entre outros, impedem tal transgressão, porém, mesmo assim, nada é feito e continua a ser tratado como problema secundário.

Assim, faz-se necessário que haja mudanças que promovam oportunidades equalitárias, não deixando que o privilégio tire chances, ainda mais do que já tem tirado há séculos. Os governos federais  entendem as necessidades de cada estado e, por isso, devem trabalhar junto com o Ministério da Educação. É preciso entender quais são os impedimentos que dificultam a educação, como falta de vestuário, comida, meio de transporte, relações familiares, e promover ações sociais que integrem as crianças nas escolas, ajudando-as e suas famílias. Apenas dessa maneira, é possível, de fato, transgredir e alcançar a liberdade.