Pontes e muros
Segundo o geógrafo brasileiro Milton Santos, determina-se como espaço geográfico o território marcado pelo conjunto de relações sociais e objetos. Nesse sentido, uma mudança no espaço determina alterações singulares nas relações interpessoais que o permeia, propondo desafios à perpetuação de modelos antigos. Analogamente, a educação a distância (EAD) no Brasil proporciona a ressignificação dos moldes de ensino, configurando impasses de ordem social e profissional.
A priori, o distanciamento entre alunos e educadores contribui para a elitização do aprendizado. Nesse âmbito, a desigualdade sócio-econômica brasileira impõe uma realidade na qual 58% dos domicílios não possuem computadores e 33% não dispõe de acesso a internet, segundo uma pesquisa divulgada em 2019. Dessa forma, apesar dos avanços sem precedentes nas mídias de comunicação proporcionados pela globalização, torna-se utópico um cenário igualitário no acesso às mesmas, impossibilitando a adesão da EAD como universal no país.
Outrossim, o apego por modelos tradicionais de aprendizagem gera a desvalorização preconceituosa de profissionais capacitados pelo ensino a distância. Nessa conjuntura, Pavlos Dias, gerente de uma empresa de tecnologia para a educação, defendia que os indivíduos têm tendência a duvidar do que é novo, uma vez que é desafiador aceitar mudanças disruptivas. De forma análoga, empregadores incredibilizam diplomas gerados pelo aprendizado online devido à novidade do modelo, realidade que urge ser alterada em prol da valorização profissional.
Infere-se, portanto, que é necessário o Ministério da Educação fornecer desktops para escolas públicas, através do redirecionamento de investimentos provenientes da arrecadação impostos, a fim de amenizar a disparidade sócio-educacional em momentos de crise. Com isso, as relações sociais poderão acompanhar a mudança do espaço geográfico, bem como teorizado por Milton Santos. Além disso, é preciso a mídia, em parceria com plataformas de ensino online, alertar empresas a respeito da capacitação de trabalhadores formados pela EAD, por meio da realização de campanhas de conscientização em redes sociais que divulguem a pertinência desses cursos, visando a findar o subestimo direcionado a esse grupo de profissionais. Com isso, serão construídas pontes, e não muros, entre a população brasileira e a educação a distância.
Lavinya
Muito boa redação, tenta não colocar informações demais que acaba sendo desnecessárias, tem algumas pontuações erradas, porém uma bom uso da norma culta e tente também ser um pouco mais objetivo com suas ideais e não coloque coisas demais para que não fuja do assunto e tenha que “explicar” todos seus argumentos que não fazem parte. Uma ótima redação com uma pontuação de 900/950
Asdin
Acredito que seja uma redação entre 900 e 920, você
comete poucos desvios gramaticais, como algumas vírgulas mal posicionadas.
No último período do segundo parágrafo, evite o uso de “mesmas” para retomar objeto no texto, o correto seria substituir por “a elas”.
Faz bom uso da norma culta e a proposta de intervenção está completa, a ideia cíclica de retomar a ideia inicial ao final do texto é ótima. Tente não fazer muitas citações para não encher muito o texto e procure expor mais suas próprias ideias, no entanto, não utilize advérbios de intensidade, que são marca do artigo de opinião.
No mais, é uma ótima redação, parabéns!