Os desafios da educação à distância no Brasil

Promulgada pela ONU em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante à todos os indivíduos o direito à educação e ao bem-estar social. Conquanto, as dificuldades que a educação à distância (EAD) enfrenta impossibilita que a população desfrute desse direito universal na prática. Esse cenário é fruto tanto da ineficiência da atuação dos setores governamentais, quanto da não democratização do acesso à internet e aos meios tecnológicos. Diante disso, torna-se fundamental o debate desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.

Primeiramente, é importante pontuar que tal problema deriva da enfraquecida ação do governo, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Hodiernamente, ocupando a nona posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema público de ensino eficiente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e a consequência dessa contradição é, claramente, refletida nesse empecilho que o ensino à distância encara, já que o fator principal no desenvolvimento de um país é a educação. Diante disso, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

“No meio do caminho tinha uma pedra, tinha uma pedra no meio do caminho”. Através deste trecho do poeta modernista Carlos Drummond de Andrade vê-se que essa adversidade se configura como obstáculo na vida de muitos brasileiros. Diante desse contexto, é relevante salientar que o acesso à internet e à tecnologia no Brasil não é nada democrático, uma vez que, desde o período do café, as regiões norte e nordeste são as mais defasadas de investimentos, em decorrência disso, a população é a que apresenta menor poder aquisitivo. De acordo com dados do IBGE, cerca de 46 milhões de brasileiro não têm acesso à internet, sendo que essa porcentagem concentra-se na porção norte do país. Diante do exposto, fica claro a necessidade de medidas para atenuar essa problemática.

Infere-se, portanto, que o problema se mostra uma grande pedra a ser removida do caminho para o desenvolvimento. Nesse sentido, é imprescindível que o Ministério da Educação em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações devem reduzir a desigualdade apresentada por meio de investimentos em computadores e planos de internet popular, a fim de que a democratização da educação à distância seja garantida. Espera-se com essa medida que esses desafios sejam superados.