Os desafios da Alfabetização digital no Brasil

A Constituição Federal de 1988 lei fundamental e suprema do Brasil, prevê em seu artigo 6° o direito a educação como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto, tal prerrogativa não tem se reverberado com ênfase na prática quando se observa os desafios enfrentados por jovens e adultos devido à ausência da alfabetização e a qualificação digital. Dificultando, deste modo, a universalização desse direito social tão importante.

Em uma primeira análise, deve-se ressaltar a falta de medidas governamentais para combater essa defasagem tecnológica. As necessidades oriundas das atuais exigências sociais, determinadas pelo avanço tecnológico, evidenciam diferentes perfis de excluídos digitais, alfabetizados e não alfabetizados. Situações rotineiras como: Utilizar um cartão magnético, máquinas, caixas eletrônicos e computadores, produzem sentimentos de ansiedade e impotência para outros. Saber interagir com essas inovações, torna-se uma necessidade para se introduzir em uma sociedade globalizada. Configurando-se assim, um obstáculo sem precedentes. Essa conjuntura, segundo o filósofo contratualista John Locke, trata-se da violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos sociais indispensáveis, como a educação.

Ademais, é fundamental apontar as desigualdades sociais, como impulsionador desse problema no Brasil. Esta aceleração transforma os conhecimentos técnicos e científicos nas principais fontes de produtividade, gerando assim um grau de exclusão social, econômica e intelectual cada vez mais acentuado, por excluir aqueles que não conseguem acompanhar o ritmo, mantendo-os marginalizados deste processo. A exclusão imposta pela política econômica neo-liberal é muito mais profunda do que a experiência de impotência por não saber interagir com uma máquina. Há a necessidade urgente e imprescindível de democratizar o acesso à informação como condição necessária ao desenvolvimento de um Estado democrático (Moraes, 1999). Diante de tal exposto, logo é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Diante de tal exposto, evidencia-se, portanto, a necessidade de ações interventivas para minimizar o analfabetismo digital. Para tanto, o Governo através do Ministério da Educação, deve incorporar com urgência o acesso às TICS (Tecnologias da Informação e Comunicação) nas escolas, por meio de redistribuição de verbas para aquisição de computadores, formação de professores e alunos, tornando o acesso livre para as comunidades a partir das escolas. Assim se consolidará, uma sociedade mais igualitária, onde o Estado desempenha corretamente seu “contrato social” Tal qual afirma, John Locke.