Os desafios atuais da imigração no Brasil.

No poema “no meio do caminho”, Carlos Drummond de Andrade, de forma poética, compara os problemas enfrentados pelos indivíduos, durante a vida, a uma pedra, sendo, portanto, empecilhos para a jornada. Paralelo ao texto, a pedra assemelha-se aos infortunos desafios enfrentados pelos imigrantes, no Brasil, que, devido ao crescente sentimento nacionalista, e a burocracia excessiva do aparelho estatal, não obtém sucesso na mudança de realidade social.

A priori, a ascensão do sentimento nacionalista, e o medo do diferente, são legítimos, em virtude dos acontecimentos hodiernos – ataques terroristas e aumento de chefes de estado conservadores. Todavia, deve-se atentar para que o medo não se torne intolerância, e o amor à pátria se transforme em ideias supremacistas, haja vista a historiografia recente da 2°Grande Guerra, em que o excesso de nacionalismo gerou genocídios nos imigrantes alemães. Dessa forma, é necessário que atitudes sejam tomadas, visando o arrefecimento dos desafios da imigração.

Ademais, é notória a excessiva burocracia com que a máquina estatal trata a imigração. Os excessivos documentos e trâmites necessários tornam o processo de alto custo financeiro, impossibilitando que um indivíduo em péssimas condições procure oportunidades no Brasil. Nesse sentido, não só o imigrante foge da condição de miséria do seu país de origem, mas também é expulso do país de refúgio por não poder arcar com os custos, ferindo a Declarção Universal dos direitos humanos, que garante a ida e vinda de qualquer país.

Portanto, é mister que o estado e outras instituições tomem providências para superar o atual quadro. Urge que o governo vigente, e os representantes da população (em âmbito federal e provincial), por meio de alterações na legislação vigentes, acelerem e facilitem o trânsito imigratório. Para que a imigração seja possível e haja o respeito aos direitos humanos. E, para que o sentimento de valorização a pátria seja diminuído, evitando possíveis atos de intolerância, urge que organizações não governamentais (ONGs), por meio de cartazes e publicações na internet, divulguem conhecimento e ideias acerca de culturas imigrantes, evitando também preconceito e desinformação. Dessarte, será possível diminuir os desafios dos imigrantes, retirando ao menos essas pedras no meio do caminho.