A Idade Média é vista como um marco na história da humanidade devido a intensa presença da religião na vida dos cidadãos. Tal contexto histórico mostra-se relevante, já que a exclusão dos indivíduos considerados “possuídos” ocorre de forma análoga hodiernamente com a saúde mental, o qual é um grande problema para a população brasileira. Nesse âmbito, torna-se imprescindível compreender as motivações da banalização dos problemas psicológicos e a falta de atendimento especializado.
Primordialmente, vale ressaltar que uma boa parcela dos indivíduos negligência o seu bem estar mental. Sob esse viés, no filme ” Por lugares incríveis” de Jennifer Niven e Liz Hannah, há uma forte crítica a respeito do personagem Finch que esconde de todos a sua dor e consequentemente a necessidade de pedir ajuda. Fora da ficção a realidade não é diferente, visto que na contemporaniedade as doenças psicológicas são por diversas vezes banalizadas e tratadas com menos importância que as demais. Dessa forma, a ausência de notoriedade é capaz de gerar dados irreversíveis aos doentes.
Por conseguinte, cabe pontuar que, a inércia governamental acerca do auxílio especializado contribui para a não modificação desse panorama. Nessa perspectiva, no livro ” Tartarugas até lá em baixo” de John Green, é retratada a vida de Aza Holmes uma adolescente de dezeseis anos que possui TOC (Transtorno obsessivo compulsivo), e regulamente retém acompanhamento médico. Em contrapartida no cenário atual, é explícito as dificuldades para obtenção de assistência considerando a situação financeira dos brasileiros e o mínimo amparo dos hospitais públicos.
Diante do exposto, é essencial buscar soluções práticas para reverter essa situação. A princípio, necessita-se urgentemente que o Ministério da Saúde disponibilize suporte gratuito e o barateamento dos medicados, por meio da criação de novos projetos direcionados aos enfermos mentais, a fim de democratizar o serviço psíquico a todos. Ademais, faz-se fundamental a utilização dos meios de comunicação, tal como rádios, emissoras televisivas e redes sociais para discutir e informar o público sobre a temática. Assim, será possível superar a rejeição imposta na Idade Média.
Mr.Crozma
————————————————————— 1º parágrafo
Essa apresentação de tema não ficou legal. Idade Média parece ter sido jogada só para você poder ter uma ideia sobre como fechar o texto, e isso nem sempre é necessário. Há outras formas de fechar o texto, com ideias conectadas ao desenvolvimento, à tese, você não precisa da Apresentação para isso. A função dela é mostrar pro corretor que você e ele estão falando a mesma língua! Idade Média ou religião provam que você está falando de saúde mental? Muito cuidado com essas apresentações, até mesmo para o corretor não bater o olho e achar que você fugiu do tema.
Além disso, não há, no Desenvolvimento, qualquer referência à palavra “possuídos”, que tinha a pretensão comparativo-introdutória e, portanto, era fundamental para a compreensão da sua tese. Os argumentos nascem em defesa da tese. Esse é um padrão que eu vi nas suas últimas duas redações: Aristóteles e Drogas têm uma ligação bem suspeita – pra não dizer inexistente -, assim como a ligação entre o descobrimento do Brasil e a emergência atual dos biomas brasileiros precisaria de uma forte argumentação, talvez sob o ângulo de traumas transgeracionais, para existir.
Proponho que seja mais flexível nessas possibilidades de introdução, recorrendo à introdução tradicional, se for necessária (Muito/Pouco se discute a respeito de..). Uma Apresentação em que eu veria mais lógica para o seu texto seria algo do tipo: “A Literatura atual é farta de estórias que narram aspectos marcantes para a saúde mental do século XXI”. Algo desse tipo se encaixaria muito mais aos seus propósitos dissertativos e, talvez, lhe proporcionassem alguma reflexão maior sobre isso.
No mais, vejo que você sabe cumprir as funções de um parágrafo introdutório.
“A Idade Média é vista como um marco na história da humanidade devido a(1) intensa presença(2) da religião na vida dos cidadãos(3). Tal contexto histórico mostra-se relevante, já que a exclusão dos indivíduos considerados “possuídos”(4) ocorre de forma análoga hodiernamente(5) com a saúde mental, o(6) qual(7) é um grande problema para a população brasileira. Nesse âmbito, torna-se imprescindível compreender as motivações da banalização dos problemas psicológicos e a falta de atendimento especializado.”
1 – Aqui o “devido” pede crase;
2 – Cuidado com o Eco (intensa presença), eu vou fazer várias observações sobre isso: você evita palavras repetidas não só por causa da pobreza vocabular, mas porque gera Eco, é horrível de ler, leia as suas redações em voz alta numa revisão;
3 – Eco (religião, cidadãos);
4 – Eco (indivíduos possuídos);
5 – Se o verbo já foi conjugado no presente, fica essa sensação de redundância, e é por isso que é melhor citar o advérbio antes, o que dá mais ênfase ao tempo que você quis destacar;
6 – O qual é a saúde? A qual;
7 – Eco (mental, qual) – aqui revela um vício para o Eco, não havia muitos motivos para você não usar a palavra “que”;
————————————————————— 2º parágrafo
Aqui no Desenvolvimento eu vejo que você entende do Tópico Frasal (TF) e o conecta aos fios soltos introdutórios (se é que você chama assim aquela antecipação de argumentos no 1º parágrafo). Isso facilita muito a compreensão do que você quer passar.
A minha maior dificuldade com a sua redação foram referências não clássicas (best-seller não é clássico, estamos de acordo?). Minha dica é que se você puder focar em referências clássicas, você vai ajudar o corretor a não se estressar caçando referências na internet, porque ô como é difícil encontrar uma resenha objetiva sobre o livro do John Green!
Eu acho que você já leu em outro comentário a ideia de argumentação que aprendi. A lógica é simples: o filme é exemplo, exemplo não é explicação. Quando você escreve esse TF, a sua primeira obrigação é explicar pro leitor o que você entende por “negligência” e “bem-estar”. Eu não posso fazer uma interpretação do filme por você, é você quem tem que me indicar qual é a sua explicação sobre o que é negligenciar, o que é bem-estar mental, e uma explicação completa pede causa e causa da causa. Por que negligenciam? Você me responde: porque banalizam. E por que banalizam? A resposta aqui é o exemplo?! Acho que esse erro vai ficar mais claro no segundo argumento.
“Primordialmente, vale ressaltar que uma boa parcela dos indivíduos negligência(1) o seu bem estar(2) mental. Sob esse viés, no filme ”Por lugares incríveis” de Jennifer Niven e Liz Hannah, há uma forte crítica a respeito do personagem Finch(3) que esconde de todos a sua dor e consequentemente a necessidade de pedir ajuda. Fora da ficção(4) a realidade não é diferente, visto que na contemporaniedade(5) as doenças psicológicas são por diversas vezes banalizadas e tratadas com menos importância que as demais. Dessa forma, a ausência de notoriedade(6) é capaz de gerar danos irreversíveis aos doentes.
1 – Negligencia, como verbo, é oxítona, sem acento;
2 – Bem-estar tem hífen;
3 – Aqui faltou vírgula, você sabe por quê?
4 – Acho que aqui você só esqueceu da vírgula;
5 – ContemporanEIdade. Estranho, eu sei;
6 – Essa palavra não ficou muito clara, acho que vc quis dizer “atenção”, porque “notoriedade” tá mais pra fama;
————————————————————— 3º parágrafo
Aqui eu acho que fica mais claro o problema de pensar no exemplo antes de pensar nas causas. Eu vou querer que você me explique por que falta atendimento especializado (e o tema é “no Brasil”) e o exemplo fala de um livro sobre uma americana, que, se eu não me enganei nas resenhas, recebe uma quantia de 100 mil reais de um bobão milionário. Aí, quer dizer, como isso pode se conectar à realidade brasileira? O que isso explica sobre a realidade dos nossos hospitais públicos? Ou, qual é a especificidade dos atendimentos especializados que dificulta a sua implementação em sistemas públicos brasileiros, no que pecam os CAPS? O exemplo não entra na explicação; exemplo esclarece, é um plus, é algo que vale, no máximo, uma linha, em vez de três. Eu queria ter acesso aos textos de apoio pra te ajudar a pensar a argumentação sem ter que levá-la ao exemplo de um livro que vem à cabeça e não necessariamente vai te dar uma argumentação interessante, seja porque são antigos, seja porque são de autores estrangeiros. Temas “no Brasil” merecem a sua atenção redobrada.
“Por conseguinte, cabe pontuar que,(1) a inércia governamental acerca do auxílio especializado contribui para a não modificação desse panorama. Nessa perspectiva, no livro ” Tartarugas até lá em baixo” de John Green, é retratada a vida de Aza Holmes(2) uma adolescente de dezeseis(3) anos que possui TOC (Transtorno obsessivo compulsivo), e regulamente(4) retém(5) acompanhamento médico. Em contrapartida(6) no cenário atual, é explícito(7) as dificuldades para obtenção de assistência(8) considerando a situação financeira dos brasileiros e o mínimo amparo dos hospitais públicos.”
1 – Não tem essa vírgula. Vírgula é exceção, você consegue justificá-la?
2 – Aqui faltou vírgula (geralmente, quando introduz uma explicação, vc vai colocar vírgula para separá-la);
3 – DezesSeis;
4 – RegulaRmente;
5 – Era essa palavra que você queria dizer mesmo? “Retém” com sentido de “possui”??
6 – Vírgula aqui, você sabe disso;
7 – As dificuldades é explícita? São explícitas as dificuldades. Ó o problema das frases invertidas…
————————————————————— 4º parágrafo
Seus argumentos falam de banalização e de falta de atendimento médico especializado. A proposta fala de medicamentos. Poxa, cadê a palavra “medicamentos” no desenvolvimento? O problema do atendimento especializado é a falta de medicamentos? Como eu posso extrair essa ideia do seu argumento? Essa contradição será descontada em alguma competência (entra como se fosse uma novidade na conclusão). Essa ideia de fazer duas propostas, pra mim, é tão problemática… Foca só em um dos argumentos e mete uma solução bem detalhada, a banalização parece ser o seu argumento mais forte, foca nele, o problema é esse mesmo, é falta de conscientização e empatia coletiva, nosso problema de saúde mental é público, é geral, é comunitário, a causa são os tabus, é isso que o filme diz e você devia enfatizar, com as suas palavras, pra sentir a própria firmeza na resolução do problema! Barateamento de remédio é um problema tão complicado quanto posterior ao principal problema que você mesma aponta no seu texto, que é o medo do diagnóstico, o medo das próprias sombras/traumas, enfim, da falta de humildade. Além disso, já comentei, aquela frase da Idade Média não passa sensação nenhuma de que o texto foi interligado do início ao fim, acho que isso você msm reconhece kkkk.
“Diante do exposto, é essencial buscar soluções práticas para reverter essa situação. A princípio, necessita-se urgentemente que o Ministério da Saúde disponibilize suporte gratuito e o barateamento dos medicados(1), por meio da criação de novos projetos direcionados aos enfermos mentais, a fim de democratizar o serviço psíquico a todos. Ademais, faz-se fundamental a utilização dos meios de comunicação(2), tal(3) como rádios, emissoras televisivas e redes sociais(4) para discutir e informar o(5) público sobre a temática. Assim, será possível superar a rejeição imposta na Idade Média.”
1 – Medicamentos? Medicados são as pessoas medicadas, não? Mas aí ficaria Eco, registre-se kk;
2 – Eu já estava com saudade do Eco (utilização, comunicação);
2 – Tais – referente a “meios”;
3 – Faltou vírgula (precede explicação – explicação é diferente de causa…);
4 – Informar algo a alguém: eis a regência de informar;
————————————————————— Minhas conclusões
Acho que teve muito erro de digitação, no geral você escreve bem.
O tema pode ter sido difícil, eu posso não ter explicado bem, especialmente sobre o problema do segundo parágrafo, e aí peço que me pergunte, porque supus que você já lera em outra correção minha e eu não quis ser repetitivo. Talvez eu tenha que ler o livro ou ver o filme pra entender completamente as suas ideias, e eu só sei que definitivamente não será isso o que um corretor Enem fará na hora da correção.
Me perdoe se eu trouxe alguma confusão. Desenvolvimentos não são fáceis e eu torço para que você tenha dúvidas e formule perguntas, é muito difícil dialogar com monólogos. Contém ironia!
C1: 120 (os Ecos, algumas frases longas, alguns erros de pontuação e, principalmente, algumas palavras que me parecem sem sentido exato);
C2: 120 (bati muito nessa estrutura, né?);
C3: 120-160 (não conheço os textos de apoio pra definir isso);
C4: 200 (não acho que o Enem seja mais rigoroso do que eu);
C5 : 120-160 (a diferença entre o bem e o mediano pra mim é tão pequena – eu considero que faria mais sentido vc focar na segunda proposta, e a segunda foi justamente a menos detalhada… Temos que pensar isso aí)
Sobre um comentário da Melissa: 330 palavras está na média de 10/12 palavras por linha, não há nada de exagerado aí, pelo contrário, há redações notas mil em que você vê facilmente mais de 400 palavras. Inclusive é contra isso que muitos de vocês estão competindo, essa média de letrinhas pequenas entre os concorrentes nota mil.
melissa1
Competência 1 – domínio da norma culta da língua escrita – nota 120
Você tem um ótimo vocabulário, mas usou tantas palavras que acabou errando algumas ou fazendo com que a redação ficasse confusa em algumas partes. Reduza a quantidade de palavras, seja mais direta.
Competência 2 – compreender a proposta da redação – nota 120
Inicialmente você falou sobre a religião, mas depois não abordou mais esse aspecto.
Competência 3 – coerência do texto – nota 80
O primeiro parágrafo do desenvolvimento é muito bom, mas realmente não entendi o segundo.
Competência 4 – conhecimento dos mecanismos linguísticos – nota 200
Competência 5 – proposta de intervenção para o problema abordado – nota 120
Porque não entendi o segundo desenvolvimento, não encontrei uma resposta pra ele, alguma ligação, na conclusão.
NOTA: 640