Estudante

O valor da identidade afro-brasileira na luta contra o racismo

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Em seu conto “Esaú e Jacó”, Machado de Assis traça um paralelo entre diferentes etnias e peças de xadrez brancas e pretas ao afirmar que não se pode desconsiderar o “poder da marcha” de cada uma delas. Sendo assim, o realista defende que grupos sociais não diferem em seu valor, mas meramente em sua estética. Não obstante, essa visão igualitária não é dividida pela sociedade brasileira hodierna, o que instaura um cenário pautado pelo racismo e pela inferiorização da população negra. Nesse contexto, se faz necessário um combate a posturas segregacionistas por meio da valorização da identidade afro-brasileira, permitindo o engajamento coletivo dessa etnia e a desmistificação do mito da democracia racial.

A priori, é imperativo destacar que políticas afirmativas promovem a união da população negra, alterando as formas de organização social brasileiras. Ainda no século XVIII, o Terceiro Estado francês congregou-se em torno de ideias como a liberdade, igualdade e fraternidade, a fim de obter o atendimento aos seus interesses. A coletivização desses princípios possibilitou o fortalecimento da Revolução Francesa, um movimento responsável por desmantelar as bases do Antigo Regime aristocrático e desigual, iniciando, assim, a era contemporânea. Sob essa ótica, o enaltecimento do passado histórico e da cultura afrodescendente possibilita o engajamento desse grupo, reforçando suas reivindicações.

Outrossim, a maior visibilidade da identidade afro-brasileira permite a ressignificação do mito da democracia racial, segundo o qual todas as etnias que convivem, harmonicamente, em solo brasileiro dispõem das mesmas oportunidades. No entanto, é possível perceber, diante da permanência do racismo, que essa é uma visão ingênua e utópica. Dessa forma, se faz necessário escancarar a discriminação e desigualdade raciais que vigoraram no Brasil desde os primórdios da escravidão. Em seu livro “Ensaio sobre a cegueira”, José Saramago defende que o egocentrismo dos indivíduos impede a percepção de problemas alheios. Nesse viés, a valorização da identidade cultural afrodescendente proporciona a compreensão das mazelas sociais as quais a população negra está exposta e, por conseguinte, favorece o surgimento de laços empáticos.

Depreende-se, portanto, a necessidade de efetivar políticas de valorização à identidade afro-brasileira. Para tanto, cabe ao Ministério da Cultura, mediante a realização de parcerias com veículos midiáticos, em especial emissoras televisivas, e propagadores culturais, como o cinema, promover campanhas publicitárias que apresentem à população aspectos culturais divididos por esse grupo étnico, a fim de promover um convívio social harmônico. Somente assim a teoria apresentada por Machado de Assis em sua obra será verdadeiramente perceptível no meio social.

 

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2 Correções

  1. Ótima redação, foi muito bem desenvolvida, excelente repertório, a obra citada foi interessante, encaixou muito bem com o tema. A escrita também está muito boa, preenche bem a competência determinada. A conclusão tá boa, intervenções interessantes, mas, poderia detalhar um pouquinho mais, para ficar completa. No todo, o texto ta bem coeso, preenchi todos os requisitos.

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  2. Oii, tudo bem? Sua redação esta perfeita. Seus parágrafos conversam entre si de uma maneira excelente. Os repertórios foram usados muito bem nos desenvolvimentos (e na introdução também) e você retomou no último período da conclusão um deles, e isso deixa o texto ótimo. A PI atende todas as cobranças necessárias. Parabéns!

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