O transtorno psicológico que leva pessoas a perseguirem padrões de beleza só alcançáveis na tela do celular (modelo FUVEST)

Ditadura da perfeição

A série “Black Mirror”, episódio “Nosivide”, retrata uma sociedade carente por aceitação social, em que é necessário demonstrar uma vida perfeita nas redes sociais, mesmo que seja mentira. Fora da ficção, a obra se encaixa no contexto hodierno quanto aos transtornos psicológicos que levam as pessoas a seguirem padrões de beleza, tendo em vista a aceitação da falsidade na internet e o ciclo vicioso de tentar alcançar a perfeição. 

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que os transtornos psicológicos são acarretados pelo tratamento natural da falsificação da vida no âmbito virtual. Nesse sentido, é nítido que o mundo contemporâneo é análogo a uma ditadura da perfeição, em que é obrigação do ser fingir ter uma vida sem defeitos. Essa conjuntura pode ser explorada pelo conceito “Normalização”, de Michel Foucault, que aponta uma repetição de comportamentos sem a devida reflexão, assim como os indivíduos modernos aceitam, integralmente, viver com problemas mentais, a exemplo da ansiedade, para seguirem os padrões de beleza impostos.

Em segundo lugar, é notório o crescimento dessa normalização, acarreta a comparação constante entre os usuários da internet. Isso é corroborado por Friedrich Nietzsche, o qual afirma que os indivíduos de um mesmo grupo reagem da mesma forma a certas situações, tal como a repentina tentativa de ter uma vida perfeita, possível somente nas telas dos celulares, o que impulsiona em doenças, como a depressão, introduzindo o indivíduo em um ciclo vicioso de comparação com o impossível. 

Portanto, os transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão, são fatores que levam à constante busca por padrões de beleza inalcançáveis. A falsidade das redes e o aumento das comparações, desencadeiam ciclos viciosos de tentar ter uma vida perfeita, o que resulta em frustração e na vivência de uma sociedade que segue a ditadura da perfeição.

 

OBS: Essa é uma redação da Unicentro, que segue o modelo Fuvest dissertativo-argumentativo, porém só permite 22 linhas.