O trabalho na sociedade contemporânea e saúde mental

O mundo do trabalho é, sem dúvida, um dos setores mais afetados pelas mudanças tecnológicas e industriais do mundo contemporâneo. No setor privado exige-se mão de obra qualificada e capital intelectual, visando à lucratividade e crescimento frente aos concorrentes; no setor público preocupa-se também com a qualidade do trabalho oferecido e visa-se a efetividade dos resultados.  Contudo, pouco se olha para o lado subjetivo do trabalhador, o que faz do trabalho um dos principais colaboradores para o desenvolvimento de transtornos mentais, que atualmente custam milhões aos cofres públicos, podendo até mesmo levar ao suicídio. Dentre os fatores que contribuem para esse senário, estão: as excessivas jornadas de trabalhos desempenhadas por muitas profissões e a robotização do trabalho.

Primeiramente, vale citar o quão desgastante é a jornada de trabalho de muitas profissões, muitas vezes, não por obrigação, mas por necessidade, caso dos professores que para ter uma condição financeira razoável precisam trabalhar em dois ou três turnos, privando-se do convívio familiar e de momentos de lazer. A consequência é o estresse, a ansiedade e até mesmo a depressão. Daí a necessidade, tanto por parte do profissional quanto do Estado, de atenção a essas classes de trabalhadores que se submetem ao esgotamento físico e mental.

Posteriormente, é nítida a prevalência de uma visão robotizada do empregado ainda nos tempos hodiernos, ou seja, o trabalhador é visto apenas como mão de obra pelo empregador, que ainda são, em sua maioria, autoritários. São poucas as empresas que cuidam da saúde mental do funcionário no ambiente de trabalho, através de interpelações saudáveis e ferramentas motivacionais para combater o estresse.

A partir do que foi pressuposto, faz-se necessário ao trabalhador, seja no setor público ou privado, o acesso tanto a salários compatíveis com o grau de competência exigido – caso dos professores – quanto à assistência à saúde mental no ambiente laboral, isso pode ser realizado através da edição de normas legislativas eficazes na sua aplicabilidade; além disso, programas preventivos devem ser realizados pelas organizações, principalmente voltados para as relações interpessoais saudáveis no trabalho. Por outro lado, o próprio trabalhador deve compreender seus limites para prevenir tais incidências.