O trabalho escravo nos dias de hoje.

O ano de 1988, cem anos após o reconhecimento público da proibição da escravatura, foi marcado por diversas manifestações populares, que culminaram na assembleia constituinte de 1988. Esta Cara Magna, em seu artigo 5°, declara o princípio da isonomia, sem distinção de raça, renda ou cor para seus cidadãos. Porém, hodiernamente, este princípio sofre instabilidade, devido a existência do trabalho escravo no Brasil, pois, nesse sistema, um grupo privado desvencilha os direitos de um cidadão, tornando-o sua propriedade. Tal agrura é possibilitada pela crise socioeconômica no país, a péssima condição educacional do povo, e falta de soliedariedade social, nocivas para a nação.

Em primeiro lugar, é evidente que o mau acesso à educação, aliada a situação socioeconômica brasileira, facilita a manipulação dos indivíduos, sobretudo os mais pobres, os quais aceitam contratos que os colocam em situação escrava, ou análoga a tal. Desse modo, são necessárias providências que conscientizem este grupo, para que possam se organizar e se libertar desta condição, assim como os trabalhadores ingleses, na exploração do trabalho industrial do século XIX.

Além disto, a conivência da população com a realidade apresentada é uma causa da perpetuação da mesma. Quando a elite cultural e a mídia tornam uma problemática como um “caso público”, rapidamente, medidas cabíveis são tomadas – como por exemplo a resolução do atentado contra o atual presidente Bolsonaro. Entretanto, quanto aos 55 mil resgatados de condições de trabalho escravo no Brasil, nos últimos 25 anos (segunda secretaria do trabalho), é ínfima sua repercussão, relacionando-se diretamente na velocidade de resolução.

Portanto, é mister que o estado e outras instituições tomem providências para superar o atual quadro. para que a população carente não seja mais manipulada pelas malícias capitalistas, urge que o ministério de educação e os servidores públicos, por meio da instituição de aulas sobre cidadania, garantam que todos tenham plena ciência de suas garantias fundamentais. Para que a população civil seja estimulada a denunciar esses casos, acelerando o processo de acabar com a escravidão, urge que a mídia, escritores, músicos e outros agentes da elite cultural, tornem público este debate, por meio de romances que demonstrem as condições desses trabalhadores, poemas, e outros. Dessarte, será possível alcançar a isonomia, sonho das lutas dos movimentos negros pela abolição, em 1888, e manifestações populares pela redemocratização.