Iniciante

O trabalho escravo nos dias de hoje

  • 2

No livro “Muralhas” de Ernest Hemingway, é retratado os EUA de um século XIX fictício, onde os indivíduos da sociedade, de quaisquer raças, podem ser escravizados e utilizados como produtos. Ao longo da trama, a narrativa revela as condições precárias em que a maior parte da população vive, de forma voluntária, por causa da alta concentração dos meios de obtenção de renda nas mãos de poucas pessoas e da negligência do governo norte-americano perante à situação. Fora da ficção, fica claro que a realidade apresentada no romance pode ser relacionada àquela do século XXI: o trabalho escravo se mantém vivo tendo em vista as baixas oportunidades empregatícias e a pequena fiscalização do vínculo “patrão-funcionário” por parte do Estado.

Em primeiro lugar, é importante destacar que a drástica diminuição das ofertas de trabalho e de emprego, hodiernamente, tem como efeito a manutenção da escravidão dentro das relações trabalhistas. Segundo o economista John Maynard Keynes, “trabalhar é sinônimo de viver, e viver é sinônimo de ser livre”. Paralelamente, percebe-se que essa ideia não é seguida em sua totalidade no mundo contemporâneo: de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), o desemprego afetou 6% da população mundial em 2019 e, com a atual pandemia da Covid-19, essa taxa subiu para 7%; da mesma forma, antes da crise sanitária, o número de pessoas vítimas do trabalho forçado ficava na faixa dos 12 milhões, enquanto essa média “saltou” para 15 milhões nos 6 primeiros meses do surgimento da doença no mundo. Assim, é notável a relação direta entre o decréscimo das oportunidades de obtenção de renda e o surgimento de postos de escravidão atualmente.

Além das questões econômicas, pode-se analisar as consequências da inércia dos governantes, no que concerne às relações trabalhistas, sobre o fenômeno da escravatura atual. Desde o período de início da expansão da doutrina neoliberal entre os Estados nacionais, em meados dos anos 1990, os vários países do mundo, desenvolvidos ou em desenvolvimento, vêm adotando práticas que reduzem a sua interferência na economia. Essa intervenção cada vez menor nas esferas do sistema produtivo mundial inclui uma diminuição no controle da aplicação dos direitos e das regras que regem o vínculo “patrão funcionário”. Logo, ocorre o aumento de coerções nesse vínculo, com os proprietários dos meios de produção ferindo o “estado de direito” do empregado e, algumas vezes, escravizando-o.

Portanto, é mister que sejam tomadas providências para amenizar o quadro atual. Para reduzir os efeitos das baixas oportunidades de emprego sobre o trabalho escravo, urge que o Ministério do Trabalho crie, por meio de alteração na agenda orçamentária anual, benefícios fiscais para empresas que contratem mais, em função do aumento do seu quadro de funcionários. Não só, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública deve implementar, mediante parcerias com as secretarias de segurança pública estaduais e municipais, operações de fiscalização das leis trabalhistas, com o intuito de dirimir condições criminosas de trabalho. Somente assim, será possível não nos transformarmos na ficção proposta por Hemingway.

Compartilhar

3 Correções

  1. oiii não sou profissional mas estou aqui para ajudar:)
    a sua redação está perfeita, o modelo Lucas Felpi raramente falha mas eu acho que se você deixar ela mais a sua cara vai ficar 100%. Você entende o que você escreve, o texto é extremamente coerente, você argumentos perfeitos, sua conclusão ficou muito boa e teve conexão com a parte anterior do texto. Continue assim, você vai longe ;)

    • 1
  2. Sou apenas uma estudante, vou tentar ajudar.

    Bom, seu texto está realmente ótimo.

    A introdução contextualiza bem o tema e a tese está explicitada.

    Você escolheu e utilizou muito bem os argumentos, de forma que o desenvolvimento ficou conexo e coeso.

    A conclusão ficou muito boa. Teve a retomada da tese e a proposta de intervenção ficou coerente e detalhada.

    • 1
  3. Modelo do Lucas Felpi né…
    Enfim, tente só adaptar algumas frases para ficar mais sua cara (o próprio Lucas diz para fazer isso no vídeo que ele apresenta o modelo).
    Em relação a estrutura não há erro. Então, vou apresentar os erros ortográficos que te fizeram perder nota.

    Após “Muralhas” tem uma vírgula, pois Ernest Hemingway é um aposto.
    “No livro “Muralhas”, de Ernest Hemingway,…”

    NUNCA use onde se não remeter a lugar. Onde é um advérbio de lugar e só use se for referenciar a um local. Por exemplo: a loja onde eu trabalhava fechou. Nessa frase está correto. Isso te faz perder nota na C4.

    Substitua países do mundo por só países, afinal, não há países fora do mundo. Então, essa frase expressa redundância.

    Enfim, esses foram os erros que encontrei, mas já são suficientes para você perder nota na C1 e C4. Minha dica é só não copiar as frases prontas do Lucas Felpi e tentar formular a sua inspirado nesse modelo (você pode olhar minha redação, porque também fiz isso).

    C1 – 160
    C2 – 200
    C3 – 200
    C4 – 160
    C5 – 200

    Nota: 920

    MUITO BEM!!
    Você já alcançou os 900+
    Espero que você concretize seus objetivos ;)

    • 0

Você precisa fazer login para adicionar uma correção.