O suicídio entre os jovens brasileiros: Como enfrentar esse problema?

A série norte-americana “13 reasons why”, retrata a vida da jovem Hannah Backer que se suicidou aos 17 anos. Esse fato se deu, principalmente, pelo bullying sofrido pela personagem por parte de seus colegas de escola, onde a mesma não tinha com quem conversar sobre suas angústias. Não longe da ficção, os jovens enfrentam a depressão que muitas das vezes acarretará em suicídio, assim como a protagonista da obra. Nesse sentido, não só o bullying, como também a falta de diálogo com os pais e responsáveis pode gerar essa morte precoce.

Primeiramente, a violência, verbal ou física sofrida por muitos jovens no âmbito escolar e social, pode levar ao suicídio. De acordo com um levantamento realizado no Reino Unido, na faixa etária de 11 a 16 anos, pelo menos 17% dos adolescentes vítimas de bullying consideram tirar a própria vida para fugir da perseguição. Esse fato é retratado na vida de Hannah, quando ela é exposta por um colega, e foi um dos fatores que causou a sua morte. Nessa lógica, sendo essa forma de violência tão recorrente e nociva entre os adolescentes, é de suma importância a conscientização para gradativo extermínio dessa prática.

Além disso, a falta de confiança nos pais e responsáveis para conversar sobre os problemas enfrentados também pode resultar em suicídio. Segundo Augusto Cury, em sua obra “Pais e filhos: Sem diálogo as famílias morrem”, a conversa é algo imprescindível para a formação de um elo familiar. Por exemplo, a história de Ariele Vidal Farias que se matou e para seus pais foi uma surpresa o ocorrido, pois eles não sabiam o que se passava com a filha. Portanto, um adolescente não consegue lidar sozinho com essas dificuldades, assim, é necessária uma intervenção por meio daqueles que o cuidam. Porém, sem o diálogo para saber o que se passa, não haverá conhecimento do que o jovem enfrenta.

Diante do exposto, faz-se necessário uma intervenção social para ajudar nos casos de potenciais suicidas. Para tanto, urge que o Ministério da criança e do adolescente crie veículos de divulgação dos grupos sociais, como o CVV (Centro de valorização da vida), através das redes sociais, assim, mais pessoas tomariam conhecimento desses apoios e poderiam ter ajuda de forma gratuita. Também é importante que os pais passem a se preocupar e interagir mais com seus filhos, pois isso irá gerar um elo e uma atenção maior, o que os fará se sentir seguros e se abrirem. Dessa forma, gradativamente esse cenário seria mudado e casos como o de Hannah seriam evitados.