O retorno de doenças erradicadas no Brasil

A revolta da Vacina ocorreu em 1904, no Rio de Janeiro, e foi um movimento criado a partir da insatisfação dos habitantes com uma regra que obrigava a população com mais de seis meses de idade tomar a vacina anti-varíola. Essa rebelião gerou uma grave epidemia, uma vez que não entendiam a importância da imunização para a redução da doença. De 1904 para 2020, o cenário mudou bastante, mas não o suficiente para eliminar algumas doenças, portanto, é essencial avaliar dois grandes problemas relacionados ao retorno de doenças erradicadas no Brasil: falta de renda para manutenção de vacinas e fake news.

Em primeiro plano, é importante compreender que um dos grandes obstáculos para extinguir doenças é a falta de investimento, por parte do Estado, no SUS (Sistema Único de Saúde). Nesse contexto, é comum encontrar postos de saúdes em situações inaceitáveis, com a ausência de vacinas importantes e médicos, bem como a falta de manutenção. Nesse sentido, nota-se que o investimento de saúde em pequenas cidades não é suficiente para a população, o que demonstra uma indiferença pelas áreas rurais que precisa acabar, uma vez que se o vírus não for contido por meio de vacinas, pode colocar a saúde de todos em risco.

Outrossim, a “fake news” – ato de espalhar notícias falsas e afirmar que são verdadeiras – está se propagando cada dia mais. Nota-se como está afetando a todos, uma vez que está ocorrendo a disseminação de fake news que alegam que as vacinas são prejudiciais à saúde e podem causar autismo, o que não é verdade, uma vez que não há nenhuma prova disso. Tal conjuntura é preocupante, uma vez que, se grande parte da população não se imunizar, facilitará o alastramento de diversos vírus.

Evidencia-se, portanto, a necessidade e a importância de eliminar novamente as doenças que retornaram ao Brasil. Entretanto, o Ministério da Saúde e a mídia devem investir em saúde e, para salientar a importância da vacina para a erradicação de doenças, promover palestras abertas ao público com profissionais da área, por meio de verbas governamentais, a fim de evidenciar a eficácia e o real objetivo das vacinas. Feito isso, será possível desconstruir a política de insuficiência que, na maioria das vezes, está presente nas pequenas cidades.