O racismo representado nas mídias

No filme “Pantera Negra”, produzido pela hoje considerada maior editora de histórias em quadrinhos do mundo, Marvel Comics, a maior parte de sua produção e o núcleo principal são compostos por pessoas negras. Mas o longa-metragem não representa o cinema num geral, já que a população negra é minoria nas mídias, seja nas câmeras ou atrás delas.
Na realidade, pessoas negras quase nunca tem papéis de grande relevância ou empregos importantes nas produções. Em uma pesquisa feita pelo GEMAA, tendo como base os 20 filmes de maior bilheteria em cada ano, de 2002 à 2014, homens negros são apenas 3% nos roteiristas, 2% na direção, e somando com as mulheres negras, 20% no elenco principal.
A mídia em sua maioria é racista e preconceituosa, especialmente quando pratica “whitewhashing” (quando há a escalação de atores brancos em casos que deveria haver a representação de outras etnias). Exemplo disso é a novela Segundo Sol, produzida pela Globo, que era ambientada em Salvador. Mesmo Salvador sendo a capital federal com maior percentual de pessoas pretas e pardas, grande parte do elenco era composto por pessoas brancas. Assim, o Ministério Público do Trabalho teve que intervir para que houvesse mais representatividade racial.
Portanto, cabe à Mídia ser mais inclusiva e representativa por meio de oportunidades de trabalho, dando mais voz e mais espaço para pessoas negras, e dando à atrizes e atores negros papéis com mais relevância e fora do esteriótipo do negro pobre e/ou criminoso (criado e cultivado em diversos filmes e séries). Dessa forma, esse veículo seria mais abrangente e menos preconceituoso.