O racismo nos dias atuais

Após vários anos da abolição da escravatura, o racismo continuou enraizado na sociedade brasileira, atingindo, principalmente, a população negra. Apesar disso, muitas ações foram feitas para extinguir essa prática, o que tornou o racismo mais sutil.
Os negros libertos pela lei áurea ficaram a margem da sociedade por não haver programas de inclusão, e, por eles mesmos não possuírem recursos necessários para refazerem suas vidas. Por outro lado, as leis brasileiras da chamada República Velha reforçavam a segregação de africanos, como no decreto-lei instituído em 1890, por Marechal Deodoro da Fonseca, o então presidente do país, onde permitia somente a entrada de imigrantes brancos para trabalhar nas plantações, com exceção a imigrantes negros, sendo esta considerada hoje, uma lei racista.
Atualmente, o Brasil é colocado, segundo o Mapa da Violência de 2015, como um dos países com maior número de mortes de populações negras em decorrência da violência policial. Esse fato está relacionado aos estereótipos sociais que a sociedade passou a colocar em pessoas negras no passado e que passaram de geração à geração até os dias atuais, que de uma forma ou outra, afeta negativamente a vida desses indivíduos.
De acordo com o código penal brasileiro, no artigo 140, a discriminação relacionada a cor da pele é crime. No entanto, as práticas racistas estão se apresentando de maneiras menos explícitas, quando um indivíduo, por exemplo, faz piadas contra negros relacionadas a fisionomia, sensualiza a mulher negra ou até mesmo quando uma autoridade policial para um rapaz de pele negra na rua.
Da mesma forma, na literatura local, personagens negros são descritos de maneira pejorativa, como a personagem Bertoleza, de Aluísio Azevedo em “O Cortiço”, e tia Anastácia, de Monteiro Lobato, nos livros da coleção do sítio do Pica-Pau Amarelo.
Contudo torna-se evidente que o racismo é atual devido a desmoralização da imagem negra no país. No entanto, a partir desse fato, é importante que o MEC, órgão do Governo Federal responsável pela área da educação no Brasil, determine que seja acrescentado na lei n° 10.639, de 2003 (que determina a inclusão de conteúdos afro-brasileiros nas escolas públicas e particulares de ensino fundamental e médio), maior carga horária no currículo escolar em cada disciplina aos conteúdos de cultura negra, de forma obrigatória, focando, principalmente, nas áreas linguística e artística,de forma dinâmica, promovendo entre os estudantes maior habilidade e conhecimento para com a diversidade.