O racismo no Brasil

     O racismo configura-se como uma atitude de indiferença a indivíduos em razão da etnia, origem e raça. Está associado, principalmente, intolerância atribuído a pessoas consideradas negras. Tal problemática está inserida na sociedade brasileira como herança e justificativa de um padrão de poder estabelecido pelos europeus desde o período colonial como base do capitalismo, e devido a ignorância sócio-histórica da população nacional.

     Em primeiro lugar, é válido mencionar que o termo raça é uma construção social e foi utilizado na invasão europeia na América no século XV. Diante disso, o sociólogo Aníbal Quijano utilizou a expressão “colonialidade do poder” para denotar a imposição e submissão histórica que o colonialismo gerou no Brasil e no continente. Era necessário criar um critério de diferenciação para justificar a dominação do “branco” sobre o “não branco” e criasse um suporte para o trabalho braçal no sistema capitalista.  Nesse quadro, indígenas e negros foram escravizados e, após o termino desse regime, seus descendentes continuaram sendo marginalizados e tratados como seres inferiores.

     Segundamente, é nítido que a insciência brasileira relativa a seu pretérito e ao processo de formação econômica, cultural e identitária acende o racismo no Brasil. Isso posto, o pensador Hazzlit ressalta que “o preconceito é filho da ignorância”. Além disso, a educação formal da nação, ao longo das temporalidades, foi centrada na busca por um ideário eurocêntrico. Seja na estética, bem como os costumes. Dessa maneira, os povos desse recorte do mundo são um padrão a ser alcançado e tudo aquilo que for distante disso será tratado como “feio”, “desaculturado” e “desimportante”.

     Portanto, depreende-se que o racismo no Brasil foi alicerçado na elaboração do conceito de raça dentro do capitalismo e pela inabilidade do povo em reconhecer o passado que, por sua vez, foi e é centrado na construção europeia da realidade. Assim, a fim de mitigar a discriminação é necessário que o Conselho Nacional de Educação, em consonância com as universidades federais, elaborem e instalem uma disciplina escolar que aborde a composição dos povos que compõem o país, sobretudo os negros. Ela poderia ser trabalhada em formato de oficinas e poderia estender-se a associações e sindicatos urbanos e rurais. Para mais, o poder legislativo, por intermédio do código eleitoral, deverá reservar vagas para deputados e senadores negros em 50%. Favorecendo a representação e promovendo a equidade na adoção de políticas equânimes, democráticas e justas que contraponham os efeitos do modo de produção capitalista.