O psicológico como causa e efeito

Teve forte repercussão em 2013 no Brasil a tática Black Bloc, que então se propagou pelo cenário nacional, com sua violência empreendida por grupos de corte anarquista. Este tipo de manifestação causa o caos no intuito de desencadear o abalo emocional exacerbado dos cidadãos para desafiar o paradigma político vigente, sendo assim, devemos nos atentar à importância dada aos atos daqueles.

Podemos constatar, analisando o método utilizado, ou seja, a manifestação nas ruas utilizando violência pontual, que estes movimentos não representam uma ameaça catastrófica como a mídia faz parecer. Estes grupos também não asseguram mudanças políticas por não possuírem poderio para tal, dessa forma, o controle da situação permanece nas mãos do governo. O objetivo dos manifestantes, contudo, não é a destruição direta, mas a repercussão dela.

A perturbação da ordem visa o impacto no psicológico da população, a qual começa a temer pela sua segurança, principalmente com a ajuda da mídia, que produz alarde em casos esparsos, como o do cinegrafista que morreu sendo atingido por um foguete de terroristas do Black Bloc. O governo, no encargo de manter a incolumidade pública, tem sua credibilidade diminuída e, na tentativa de reavê-la, por vezes realiza demonstrações poder utilizando força policial e militar hiperbólicas. Estes atos, entretanto, podem ser vistos como opressores e ter como consequência o agravo do clima de insegurança e a piora da sua reputação.  E é este panorama de desordem e medo a real arma de movimentos terroristas.

Constata-se, assim, que para mitigar os efeitos dessas manifestações, é preciso agir concomitantemente em três frentes: a mídia, o quarto poder da sociedade, deve reduzir o alarde para que o medo da ameaça não seja amplificado, o governo deve reagir com cautela, controlando os movimentos sem abuso de poder e, por fim, é imprescindível que a população compreenda que se manter o seu equilíbrio psicológico, a tática terrorista não possui eficácia.