O preconceito linguístico e seus efeitos em discussão no Brasil

Contemporânea ao realismo e ao naturalismo, a escola literária parnasiana desenvolveu-se no Brasil durante o século XIX. Caracterizada pelo racionalismo e pelo culto à forma, essa corrente negava, portanto, a simplicidade formal e o sentimentalismo a fim de enaltecer o vocabulário culto e a estética da poesia. Nota-se, porém, que as características dessa escola não se prendem apenas ao campo literário, mas transcendem ao real, descrevendo alguns elementos do preconceito linguístico presente no país. Busca-se, por isso, analisar as medidas de combate ao problema apresentado, tanto no âmbito político quanto econômico.
Primeiramente, é válido citar os fatores históricos que contribuíram para a situação mencionada. Mesmo antes do processo colonizador, a variação linguística do território correspondente ao Brasil era enorme, dada sua grande extensão territorial. Após a chegada dos europeus e, mais tarde, já no século XIX e XX, por conta da centralização administrativa da metrópole e, depois, administrativa no sul do país, a língua nacional oficialmente reconhecida respeitou as características das respectivas classes dominantes, apesar de sua variação não ter cessado.
Além dos fatores políticos mencionados, os quais contribuíram para a solidificação do preconceito descrito, cabe ressaltar os agentes econômicos que reforçam a influência desse fenômeno. Segundo Adorno e Horkheimer, sociólogos da Escola de Frankfurt, o capitalismo se vale da “Indústria Cultural” para massificar os gostos e desejos da população, produzindo e reproduzindo os discursos das classes burguesas. Observa-se, desse modo, ser o preconceito citado não apenas social, mas também ideológico, auxiliando a luta de classes estabelecida.
Fica claro, portanto, ser o preconceito linguístico e seus efeitos resultados de uma ordem político-econômica. Cabe, nesse sentido, ao Estado, especialmente ao Ministério da Educação, a propagação de campanhas – junto aos veículos midiáticos – que reforcem as diferentes variações linguísticas do país e suas especificidades; além de divulgar projetos e palestras escolares que apresentem tais diversidades aos alunos, incluindo línguas dos povos nativos. Espera-se, assim, conscientizar a população sobre o preconceito existente no país.