O poder do jovem na sociedade brasileira

A paquistanesa Malala Yousafzai é a mais jovem ativista a ganhar o prêmio Nobel da paz. Sua luta foi reconhecida pela defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação na sua região natal, vale do Swat, onde os talibãs locais impediam as meninas de frequentarem a escola. Desde então, todos os esforços dela são em prol da garantia dos direitos e pela educação. Nota-se, portanto, como o poder juvenil tem papel importante na sociedade contemporânea capaz de mudar a realidade das próximas gerações.

Em primeiro lugar, cabe destacar como as novas mídias sociais auxiliam o jovem no combate a problemas da sociedade. Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão, pelos policiais do Rio de Janeiro, com o objetivo de recuperar o território dominado pelo poder paralelo. Nesse contexto, surge o portal chamado “Voz das Comunidades” que transmitiu os primeiros registros da ocupação, não só com o compromisso de informar sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora dos seus limites. Por esse motivo, hoje, Renê Silva, o criador do veículo de notícias é um dos jovens mais influentes do mundo por causa desse feito e evidencia a importância do poder juvenil na contemporaneidade.

Além disso, outro aspecto importante em relação ao jovem é a atuação em manifestações populares em busca de melhorias sociais. O contingenciamento de verbas para as universidades e institutos federais levou milhares de estudantes às ruas com o objetivo de protestar contra a ação. Essa manifestação se inspira em conquistas anteriores em que os jovens tiveram voz ativa, por exemplo, como o Movimento dos Caras-Pintadas que teve, como objetivo, principal o impeachment do presidente da época, Fernando Collor. Assim, de encontro à modernidade líquida de Zygmunt Bauman, pode-se perceber que mesmo que as relações estejam efêmeras na sociedade, o brasileiro ainda possui senso de coletividade em prol de uma causa.

Portanto, fica claro que a atuação do jovem na sociedade possui papel importante para a mudança dos cenários contemporâneos. Dessa forma, é necessária uma ação do Ministério da Educação e Cultura, que deve, por meio da oferta de oficinas e seminários nas escolas, no contraturno das aulas, orientar os alunos a buscarem informações sobre o país e aprenderem sobre o uso de mídias sociais, com o objetivo de desenvolver tanto o senso crítico quanto a capacidade de mobilização por meio das redes. Assim, novos projetos poderiam ser criados para beneficiar a comunidade, além de uma maior participação política dos jovens.