O perigo das fakes news na era da informação

De acordo com o Artigo 1° da Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”. Contudo, no Brasil, o direito à liberdade de pensamento tem encontrado dificuldades quanto a sua universalização, visto que essa prerrogativa não tem se consolidado com ênfase na prática quando se observa o perigo das fake news na era da informação. Dessa forma, pode-se constatar que não só está presente a negligência governamental, como também é vigente a manipulação do usuário pelas propagandas falsas na internet.

Antes de tudo, é válido ressaltar a notória ausência de medidas governamentais para combater as fake news na sociedade contemporânea. Nesse sentido, pode-se examinar um caso de homicídio que aconteceu em 2014, quando uma mulher foi assassinada pela comunidade local após sua amiga divulgar notícias falsas de que ela praticava bruxaria com crianças. Para tanto, é essencial que o governo interfira nesses empecilhos para garantir a segurança e liberdade de pensamento a todos. Logo, essa problemática, segundo o filósofo e contratualista John Locke, se configura como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que os cidadãos desfrutem de direitos indispensáveis, como a liberdade de pensamento, o que infelizmente é evidente no país.

Ademais, é fundamental apontar a manipulação do comportamento do usuário pelas propagandas falsas na internet como impulsionador dos problemas de fake news encontrados no século XXI. Nessa lógica, assim como Getúlio Vargas, durante o Plano Cohen, usufruiu de notícias de que sofria uma ameaça comunista para se manter no poder, similarmente os sites utilizam de propagandas falsas para lucrar em cima do consumidor, como é o caso de divulgações de venda de um “produto proibido esmagrecedor”, que muitas vezes são utilizados pelas indústrias “caçadoras de cliques”. Desse modo, é inaceitável que o cenário dos problemas mencionados continue a persistir.

Portanto, é necessário combater esses obstáculos. Para isso, é mister que o Governo Federal e o Ministério da Educação, respectivamente, por meio de leis governamentais e propagandas publicitárias – principalmente em meios televisivos -, fiscalize e puna os portadores de fake news que tem o objetivo de prejudicar o indivíduo ou a sociedade e ensine a população a como identificar as fakes news, a fim de erradicar as notícias falsas e dar uma melhor qualidade de vida a todos. Assim, se consolidará uma sociedade mais justa, onde o Estado desempenha corretamente seu “contrato social”, tal como afirma John Locke.