O papel do SUS no combate a pandemia

               Desde sua criação, em 1988, o SUS tem sido, por vezes, desmontado e sucateado. Independente de governo e lideranças, por não gerar lucro, a saúde e educação brasileira são deveras negligenciadas, até o ponto em que a única salvação seja a sua consequente privatização. Entretanto, com a pandemia do COVID-19, espera-se que todas as camadas sociais entendam a importância de que os sistemas públicos estejam íntegros, integrados e engrenados.

               Na área da saúde diretamente, o que se encontra, num cenário de “normalidade”, são filas eternas, hospitais superlotados, falta de medicamentos, EPI’s e equipamentos, em locais insalubres lotados de profissionais mal remunerados e perdidos sem diretrizes eficazes do governo. Com a nova realidade sanitária do Brasil, todos os fatores intensificar-se-ão, superlotando o sistema de saúde pública, enquanto que o sistema privado mantém leitos vazios e detém estoques de insumos para continuarem trabalhando.

               O mesmo molde de sucateamento é aplicado à área da educação, basta inverter medicamentos, hospitais e EPI’s, por merenda, escolas e livros. Tanto o desmonte da saúde, quanto da educação, já são do conhecimento da grande maioria da população, porém a epidemia exemplifica como todas as áreas dependem de uma educação funcionando corretamente. Seja para se ter os profissionais adequados, para que a mensagem de conscientização, muitas vezes propulsionada pelo SUS, chegue de fato a ser conhecimento de todos, como também para desenvolvimento de medicamentos, vacinas e equipamentos nacionais, com menores taxas e fomentando nossa economia.

               Por fim, apresentados os argumentos anteriores, percebe-se a importância dos sistemas públicos como instrumento de democratização e universalidade do acesso. Em um cenário comum, faz-se necessário que o Ministério da Saúde, em conjunto com o Ministério da Educação, proponha um melhor direcionamento do dinheiro arrecadado através dos impostos, para mais leitos, investimento em pesquisas científicas e educação básica acerca de cuidados sanitários que impediriam contágios em massa. Porém, com o cenário de crise que enfrenta, o ministério da saúde poderia propor a criação de uma fila única, que contabilizasse os leitos de hospitais públicos e privados, unificando-os e garantindo o acesso gratuito de todos por grau de risco.