O papel do Estado em manter a qualidade na educação.

Na obra “A Cidade do Sol”, de Tommaso Campanella, é retratada uma sociedade utópica, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de problemas. No entanto, fora da trama, a realidade se distancia da perfeição idealizada pelo autor, visto que o sucateamento educacional e a falta de estrutura nas escolas são fatores que demonstram o descumprimento do papel do Estado de manter a qualidade da educação brasileira. Nessa óptica, torna-se fundamental discutir esses aspectos, no intuito de mitigá-los.

Sob esse viés, o sucateamento da educação é um indício da falta de investimentos governamentais. Segundo o filósofo Rosseau, conhecido como contratualista, o povo deposita sua confiança do Estado que, em contrapartida, deve garantir o bem-estar social. Todavia, isso não ocorre no Brasil, já que observa-se, nas escolas, a desvalorização do discente, a evasão escolar e a falta de merenda. Tudo isso são provas do descumprimento do papel estatal de garantir a qualidade educacional. Assim, faz-se mister reformular, de forma urgente, a postura dos atores políticos do país.

Além disso, ressalta-se que o descaso com a infraestrutura das instituições de ensino corrobora a problemática. Nessa perspectiva, de acordo com o G1, os colégios com quadras esportivas, bibliotecas e salas de informática estão situados nas regiões mais ricas do país. Indubitavelmente, isso impede que estudantes de locais periféricos e interioranos tenham acesso a esses benefícios, o que dificulta o aprendizado, pois gera o desinteresse nos estudos. Dessa forma, enquanto as boas condições escolares forem privilégios, a educação de qualidade será um sonho distante.

Logo, medidas devem ser tomadas para atenuar o cenário exposto. Nesse sentido, é dever do governo federal, por meio da conversão de impostos, destinar recursos para o Ministério da Educação. Esse deverá criar programas que valorize os professores e fomente melhorias escolares, a fim de permitir que esses discentes estejam motivados para ensinar e que o alunado seja beneficiado com uma educação de qualidade e ambientes escolares acolhedores. Dessa maneira, o Estado cumprirá seu papel e a coletividade alcançará a utopia descrita por Campanella.