O Papel das Letras de Músicas no Contexto da Violência contra a Mulher

No século xix, através de pinturas, homens demonstravam seu desprezo ao movimento das sufragistas, primeira luta por direitos às mulheres. Todavia, hoje, podemos observar letras de certas músicas que, da mesma maneira, vão de contra aos ideais do movimento feminista. Contudo, tais músicas invés de terem um papel relevante à nossa cultura, acabam não só legetimando a violência contra a mulher, como também retarda o processo de disseminação do machismo estrutural.
Em primeira análise, há uma batalha incessante contra a violência à mulher, seja ela física, psicológica ou moral. No verso “Tô afim de você, e se não tiver, cê vai ter que ficar” da música “vidinha de balada” da dupla Henrique e Juliano, faz-se notável a ideia de abuso e assédio à mulher, entretanto, ficou nas paradas de sucesso no Brasil em 2017, comprovando, portanto, o quanto a sociedade ainda legitimiza tais atitudes. Dessa forma, é indispensável uma conduta responsável aos debates sociais por parte dos artistas contemporâneos em suas obras.
Vale ressaltar também que músicas como a citada acima, colaboram com o atrasamento de novas ideias e comportamentos que não são conforme aos pensamentos machistas, tendo em vista que o machismo estrutural ganha respaldo para permanecer no nosso meio. Segundo o romancista George Bernard Shaw aqueles que não conseguem mudar suas mentes, não podem mudar nada, sendo assim, impossível um progresso. Com isso, é indispensável que a arte mude em prol da evolução dos manifestos sociais.
Em suma, para não vivermos em um mundo com respingos da política do século xix, cabe à Secretaria da Cultura elaborar ações colaborativas às lutas das mulheres na sociedade, através de campanhas educativas, além de debates contra o machismo estrutural, afim de legitimar não a violência contra o grupo feminino e sim suas lutas e direitos. Por conseguinte, a música terá um papel relevante e com efeitos positivos para todos.