O papel da mulher no futebol

Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, há a retratação de uma sociedade perfeita, onde a mesma padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. Contudo, ao observar a realidade, nota-se que o corpo social contemporâneo contradiz esse plano, uma vez que o papel da mulher no futebol evidência problemáticas que fazem a modalidade esportiva ser pouco incentivada, mas de grande cunho para o avanço da sociedade. Dado o exposto, convém avaliar as raízes dessa realidade.

Primordialmente, faz-se mister salientar que o pouco incentivo governamental para a prática do futebol feminino coíbem a propagação da importância do papel da mulher no esporte citado. De acordo com o filósofo Thomas Hobbes, é dever estatal proporcionar à população bem estar e amparo social. Toda via, essa teoria não ocorre, no Brasil, de forma efetiva, considerando que os investimentos para a prática do futebol feminino são quase nulos. Seguindo essa premissa, a negligência do Estado apresenta, como sua principal consequência, uma barreira impedindo a disseminação da importância desse esporte e, de forma especial, às mulheres, já que estas são desencorajadas a praticarem o futebol. Dessa forma, é indubitável que essa postura estatal é inadmissível e faz-se importante sua mudança.

Além disso, é fulcral, também, pontuar que o machismo resultante da conjuntura social patriarcal fomenta a desvalorização do papel da mulher no futebol. Tal análise pode ser relacionada ao postulado do autor modernista Carlos Drummond de Andrade, o qual reflete que existem situações na vida as quais apresentam-se como uma pedra, ou seja, um empecilho, na jornada do ser humano. Dessa maneira, o machismo conclui-se como tal na vida das mulheres praticantes do futebol. É inenarrável que o machismo oprime a mulher dentro do corpo social, o qual, por sua vez, classifica certas coisas como devendo ser praticadas somente por homens. Assim, o futebol recebeu o título supracitado, tornando o papel da mulher no exercício desse esporte um ato, tanto de empoderamento feminino, caracterizado pela ascenção da mulher na sociedade, quanto, de igualdade de gênero.

Portanto, para mitigar os efeitos dessa problemática, ações devem existir. Para que isso ocorra, o Tribunal de Contas da União deve liberar capital que, por intermédio do Ministério da Cidadania, será convertido em palestras com a presença de jogadoras de futebol, rodas de conversas a respeito do papel da mulher no futebol, bem como, em entrevistas com as futebolistas. Tais ações devem ser webconferencionadas e publicadas nas redes sociais do Ministério acima citado, a fim de haver um maior alcance e objetivando trazer mais lucidez acerca do papel da mulher no futebol. Ações que, iniciadas no presente, devem tornar o futebol feminino valorizado na nossa sociedade, tão quão, o masculino.