Iniciante

O panorama de descrença no sistema político.

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“Os homens são tão simples e sujeitos às necessidades momentâneas, que aquele que engana encontrará sempre aquele que se deixe enganar”. Esse trecho referido por Maquiavel, no livro “O príncipe”, ilustra o sentimento compartilhado pela maioria dos brasileiros, que por constatarem-se ludibriados, desacreditam no sistema político. Contudo, tendo em vista a relevância desse panorama, convém observar os seguintes pontos: a má influência midiática e as lacunas educacionais como impulsionadores dessa problemática.
Efetivamente, segundo o filósofo Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser instrumento democrático não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Nesse viés, é evidente que a mídia, em vez de promover debates sobre a importância do sistema político, infelizmente, atua na alienação dos indivíduos, com propagandas partidárias em excesso e a ausência de conteúdos que estimulam o senso crítico, o que não só dificulta o discernimento dos cidadãos em relação aos candidatos falaciosos e verdadeiros, como também contribui para que tal panorama continue atuando fortemente, gerando a descrença e desinteresse da população pela política. Isso confirma o elucidado por Bourdieu, em que a mídia, de instrumento democrático, passa a ser de opressão.
Outrossim, vale ressaltar que tal panorama é corroborado pela ausência de um ensino de base qualitativo e eficiente, que elucide a população sobre os seus direitos e deveres, como os presentes na Constituição Federal de 1988, por exemplo. Segundo o filósofo Francis Wollf, a falta de interesse dos cidadãos pela política põem em risco a democracia. No decorrer da formação do Estado brasileiro, a crença no sistema político fez-se presente durante parte significativa do processo e, atualmente a sua ausência traz grandes impasses, como proferia Wollf. Desse modo, é imprescindível uma reforma na educação, para que assim a sociedade tome conhecimento desse instrumento democrático tão essencial à vida em coletividade.
Portanto, fica evidente a necessidade de combater a descrença no sistema político. Para tanto, é dever das plataformas de “streaming” – principais formadoras de opinião – juntamente ao Ministério da Educação, a elaboração de conteúdos mais educativos, que visem o desenvolvimento do senso crítico e a melhoria da aprendizagem escolar. Isso seria efetivado por meio da criação de programas televisivos e verbas disponibilizadas pelo Governo Federal. A partir dessas ações, espera-se promover uma mudança no cenário atual, evitando a identificação dos brasileiros com o supracitado de Maquiavel.

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2 Correções

  1. O CONECTIVO “CONTUDO” USADO NA INTRODUÇÃO NÃO FEZ MUITO SENTIDO
    O SEGUNDO PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO 1 ESTÁ MUITO GRANDE
    FALTOU VÍRGULA APÓS “ATUALMENTE” NO DESENVOLVIMENTO 2
    MUITA REPETIÇÃO DA PALAVRA “PANORAMA”
    FALTA DE CONECTIVIDADE GERAL NO DESENVOLVIMENTO 2

    NOTAS POR COMPETÊNCIA:
    C1: 200
    C2: 200
    C3: 160
    C4:160
    C5: 200
    TOTAL: 920

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  2. Em uma das cenas do filme “O menino que descobriu o vento” é retratada a dramática situação de uma família obrigada a reduzir a dieta para uma refeição diária devido à escassez de comida. Não obstante da realidade, a insegurança alimentar e a fome também constituem problemáticas alarmantes para a atual sociedade brasileira. Tais problemas se originam não só no descaso estatal mas também na elevação do preço dos alimentos.

    Em primeira análise, vale destacar que a negligência governamental contribui com a defasagem alimentar no Brasil. Dito isso, em consonância com a Constituição Federal de 1988, lei máxima no país, todo cidadão tem direito à alimentação de qualidade. Entretanto, tal direito se faz violado uma vez que, de acordo com o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 10,3 milhões de cidadãos vivem em situação de insegurança alimentar extrema. Dessa forma, analisando tais fatos, evidencia-se como a falta de intervenções estatais tornam a alimentação no país ainda mais precária.

    Ademais, é importante salientar que a alta no valor dos produtos alimentícios também potencializa a permanência da fome e da inseguridade alimentar no Brasil. Sob tal perspectiva, o filme “O poço” retrata uma prisão vertical, na qual as refeições são servidas de cima para baixo e os reclusos do topo comem com mais fartura e qualidade que os demais. Fora da ficção, é possível estabelecer uma analogia com o atual cenário brasileiro onde os prisioneiros do topo seriam a classe alta, que se alimenta com abundância e qualidade devido ao grande poder aquisitivo, enquanto os encarcerados dos andares inferiores representariam a população mais humilde, limitada a consumir produtos mais baratos e consequentemente de qualidade inferior e muitas das vezes até duvidosa.

    Torna-se evidente, portanto, que medidas se fazem necessárias para combater a insegurança alimentar e a fome no Brasil. Diante disso, cabe ao Governo Federal, órgão de poder máximo no país, por meio de uma maior destinação de verbas, a promoção de campanhas de apoio e incentivo à agricultura familiar, serviço esse responsável por produzir o alimento que abastece as dispensas de milhares de famílias brasileiras, com o intuito de reduzir os preços e tornar os produtos mais acessíveis para a parcela mais pobre da população, objetivando assim, mitigar ao máximo os problemas antes citados e garantir com veemência a segurança alimentar no Brasil.

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