“ O indivíduo frente à ética nacional”

Consoante o sociólogo Emilé Durkheim, dizia: “O indivíduo só agirá em seu meio à medida que for conhecendo o contexto em que está inserido”.  As palavras de Durkheim continuam válidas nos dias atuais, mesmo depois de anos da sua proferência, como visto a partir do alto índice de indivíduos que tem se ausentado frente à ética nacional, fator que os auto prejudica. Com base nesse viés, é importante discutir a  importância de cidadãos que se impõe para uma nação,  bem como o principal entrave que impede que tantos brasileiros não se coloquem frente à ética nacional.

    Com efeito, nota-se que a importância  de cidadãos ativos em uma nação se relaciona com a alta capacidade destes de promover um sentimento vanguardista. Tal situação ocorre, porque, esse sentimento é escasso, visto que, desde de 1500, as nações mais desenvolvidas se articularam para criar ao máximo uma relação de dependência entre servo e senhor, visão poderil a todo custo, sem se preocupar em desenvolver a luta pelos direitos e deveres entre os cidadãos.  Logo, a sociedade brasileira hodierna faz alusão a primeira lei de Newton e permanece inerte defronte às injustiças nacionais. Desse modo, cidadãos ativos- como o movimento feminista (mulheres que lutam por seus direitos e lugares na sociedade)- funciona como uma espécie de âncora para um corpo social com escasso sentimento vanguardista, inspirando outros indivíduos a lutarem por tal ética.
  Ademais, o principal entrave que impede que tantas pessoas não se imponham no país é o perfil da educação brasileira, a qual tem o objetivo de formar apenas cidadãos como mão de obra. Isso ocorre, porque, assim como teorizado pelo sociólogo José Murilo Carvalho, observa-se atualmente a formação de uma “cidadania operária”, onde os indivíduos não são estimulados a desenvolver um pensamento crítico e são idealizados apenas para exploração. Nota-se então, a partir dessa educação falha, a formação de cidadãos que não reconhecem seus mínimos direitos, como o de se impor nas eleições por exemplo. Assim, forma-se  um ciclo de “não imposições”, observada no fato de em 2018 ocorrer a maior abstinência eleitoral, confirmando os dizeres do sociólogo Forest Fernandes, já que, uma nação com acesso à educação de qualidade não sujeitaria seu povo a precárias condições de cidadania, como visto na alta ausência eleitoral.

    Destarte, a questão da baixa participação popular deve ser sanada. Para isso, é necessário que o Ministério da Educação (ME), reforce políticas de instrução a população acerca de seus deveres e direitos. Tal ação deve ocorrer por meio da criação de um projeto nacional de acesso à cidadania, a qual irá  promover, nas escolas dos mais de 5.570 municípios brasileiros, debates acerca da importância de cidadãos ativos para preservar a ética nacional, os quais irão ocorrer tanto extracurricularmente quanto nas aulas de sociologia. Isso deverá ocorrer afim de formar cidadãos que, conheçam o contexto a que estão inseridos e ajam sobre ele, como disse  Durkheim.