O impacto dos influenciadores digitais na formação dos jovens

“Pense, fale, compre, beba/…/ Use, pense, ouça, diga”. Estes versos, pertencentes à música Admirável Chip Novo da cantora Pitty, explicitam claramente o impacto dos influenciadores digitais na contemporaneidade ao demonstrar os principais campos em que estes exercem influência. Tal questão torna-se problemática, principalmente para a juventude, uma vez que, por serem altamente influenciáveis e por estarem num período de formação de concepções, os jovens são o público alvo deste grupo. Além disso, é preciso ressaltar que grande parte dos “influencers” agem com imprudência nas redes, algo grave e que pode desencadear nos influenciados uma série de complexos psicológicos.

É inquestionável o fato de que na mocidade o indivíduo está mais suscetível à influições externas. Segundo a psicóloga e terapeuta cognitivo-comportamental Nayara Benevenuto Peron, as vulnerabilidades as quais estes indivíduos estão expostos deve-se a inexperiência destes em absorver de forma crítica o que lhes é acometido aos olhos e ouvidos. Tal comportamento, além de fazer com que o jovem reproduza de forma acrítica o que vê na internet, faz com que ele molde seu caráter, que está em formação, enviesado na concepção de “influencers”, quando, na verdade, a incumbência da função é dever, principalmente, da instituição social família.

Outrossim, as consequências provenientes desta influência mostram-se majoritariamente vis. Isto ocorre em razão de que a maioria dos influenciadores digitais visam o lucro em detrimento da ética. Tal postura condenável, pode levar o adolescente a desenvolver uma série de problemas psicológicos, frutos da frustração que sentem por não se identificarem com os padrões estéticos, por não conseguirem adotar determinado estilo de vida ou mesmo por não poderem adquirir tudo que é divulgado.

Mediante o exposto, conclui-se que a influência digital na vida do jovem precisa ser remoldada. À família, amparada pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), compete o dever de observar os conteúdos usufruídos pelos filhos sem, no entanto, censurá-los, a fim de compreender determinadas atitudes tomadas por eles e instruí-los na busca por conteúdos positivos. Às mídias sociais como, principalmente, Instagram e Youtube, cabe o encargo de banir e suspender ganhos monetários daqueles influentes que produzem conteúdos prejudicais a psique do jovem, a fim de reduzir traumas e frustrações. Desta forma, as influências digitais se darão de forma mais saudável.