Estudante

O impacto dos influenciadores digitais na formação dos jovens

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A indústria cultural – termo criado pelos filósofos Adorno e Horkheimer -, representa uma uniformidade de princípios transmitidos por meio dos veículos de comunicação para alcançar as preferências do maior número possível de pessoas. Desse modo, perante a ascensão do número de influenciadores digitais, é fundamental o empoderamento deles quanto à propagação de conhecimentos e valores favoráveis ao bem comum. Todavia, isso não acontece, haja vista que o individualismo dos influentes digitais e a baixa criticidade de internautas jovens viabilizam prejudiciais alienações.

É fulcral enfatizar, em primeiro lugar, que o egocentrismo dos influenciadores digitais tem deturpado o conteúdo que eles transmitem à juventude. Isso acontece porque, conforme defendeu o sociólogo Zygmunt Bauman, a invisibilidade no mundo virtual angustia o internauta, o qual tem sua satisfação pessoal condicionada à ascensão de “likes” e compartilhamentos recebidos. Assim, é comum que “Youtubers” busquem várias alternativas para alavancar a audiência, inclusive incitando valores inadequados, como o consumismo e a padronização estética. Consequentemente, a ganância excessiva pela fama compromete o verdadeiro empoderamento dos influenciadores, prejudicando a formação da opinião pública.

Outrossim, o escasso senso crítico de muitos jovens também os torna reféns de manipulações. Isso porque, segundo a pesquisa Retratos da leitura no Brasil, a prática de leitura não é habitual no país, o que faz o público jovem não diversificar as fontes de consulta, nem se aprofundar naquilo que é pesquisado, definindo seu ponto de vista com base em manchetes. Tal descompromisso quanto à veracidade do conhecimento que é absorvido tem sido explorado maleficamente pelos influenciadores digitais, que apelam ao sensacionalismo para transmitir, por exemplo, a espetacularização da violência e da dor alheia. Logo, o engajamento político-social da esfera cibernética é prejudicado e precisa ser contornado.

Diante do exposto, é necessário minimizar o egoísmo dos influenciadores digitais e otimizar a criticidade dos internautas jovens para a sadia formação de opiniões no ambiente virtual. Nesse sentido, o Ministério Público – responsável por fiscalizar e proteger os princípios e interesses fundamentais da sociedade – deve promover forças-tarefa de fiscalização aos conteúdos divulgados na internet, por intermédio de advertências socioeducativas aos influentes midiáticos em dissenso com o bem comum, a fim de tornar o meio virtual menos individualista. Feito isso, a internet será, finalmente, um verdadeiro local de intercâmbio de conhecimento.

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1 Correção

  1. Eu achei muito perfeita a sua redação KkkKk
    Da pra ver o cuidado que vc teve ao utilizar e escolher as palavras.
    Me pareceu tbm q vc tem um certo conforto com o tema.
    Vc colocou tudo oq uma redação do enem pede: A argumentação, repertório, e a proposta de intervenção com os 5 elementos,por exemplo.
    No meu ver, está muito bom, sério mesmo :)
    Pra ñ dizer q tá perfeito, eu só tentaria encontrar algum repertório mais convincente no 3o paragrafo. Talvez convincente ñ seja a melhor palavra, mas oq eu quero dizer é q vc poderia tentar colocar um filósofo, sociólogo ou historiador por exemplo, visto q os corretores do enem valorizam muito isso. :)

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