O hábito de leitura entre os jovens

A leitura tem o incrível poder de mudar os indivíduos, sobretudo os mais jovens, ao ampliar o repertório cultural e o conhecimento destes. Nesse sentido, depreende-se que ela possui papel fundamental no desenvolvimento das pessoas e da sociedade e que não pode ser ignorada. No entanto, o que vemos no Brasil é uma crescente diminuição nos hábitos de leitura entre os mais jovens, sendo suas raízes no baixo incentivo familiar à leitura e na deficiência educacional em alfabetizar a juventude.

Em primeira análise, é importante evidenciar o papel dos fatos sociais propostos por Émile Durkheim, sociólogo francês, no processo da adesão juvenil à leitura. Segundo sua teoria, uma série de comportamentos que as crianças adquirem são frutos das formas de agir, pensar e sentir que se generalizam no ambiente doméstico. Dessa forma, um jovem que vive em um espaço destituído de leituras tenderá a não reprodução desse fato ao longo da sua vida, comprovando-se, assim, a importância do incentivo familiar na construção do jovem leitor.

Ademais, cabe salientar que de nada serve um livro para quem não consegue lê-lo. Desse modo, faz-se impreterível o papel das instituições de ensino no processo de alfabetização dos mais jovens, ação que não está sendo concretizada de forma efetiva no território nacional devido a políticas públicas ineficientes. Tendo em vista que, segundo dados do IBGE, a taxa média de analfabetismo a partir dos 15 anos caiu de 6,8% em 2018 para 6,6% em 2019, o que caracteriza uma redução mínima para um planejamento que visa erradicar esse fenômeno até 2024.

Portanto, conclui-se que medidas se fazem essências para promover uma juventude leitora. Dito isso, urge que o Ministério da Educação, em conjunto com a Secretária da Cultura, dissemine, por meio das mídias de massa, informações sobre a importância da leitura e do papel familiar na formação de jovens leitores, de forma a evidenciar os benefícios que esse processo propicia aos mesmos.  Além disso, propõem-se também que o governo federal, mediante políticas públicas mais eficientes, combata o analfabetismo brasileiro ao destinar subsídios para regiões com alto índice de jovens analfabetos. Uma vez que tais recursos serão aplicados em infraestrutura educacional, incluindo material didático adequado, transporte estudantil e cursos de alfabetização à distância, totalmente gratuitos, para jovens que, por algum motivo, não tem acesso à educação formal.