O futuro do trabalho: automação e aspectos sociais

A etimologia da palavra trabalho se encontra no latim tripalium, instrumento de tortura dos tempos antigos. Por meio do Renascimento Comercial, o ofício passa a dignificar o homem, com a ascensão da classe burguesa. Desta forma, é perceptível que ao longo da história, o homem modificou sua visão e sua forma de entender a prática laboral e hoje, isso ocorre através da denominada Revolução 4.0 e suas consequências na sociedade.

Primeiramente, é fundamental entender a Revolução 4.0 como fruto direto do processo de globalização em vigência. Todavia, ao contrário das três primeiras revoluções industriais, o cenário tecnológico atual é amplamente interdependente e os impactos são mais imediatos e ramificados. A título de exemplificação, a automação dos processos produtivos busca alavancar a eficiência empresarial, já que a competição é mundial. Para isso, no entanto, a necessidade de mão de obra humana é reduzida.

A partir dos fatos apontados, as decorrências do desemprego estrutural se transpõem a toda sociedade. À medida que encontrar um novo emprego formal se torna mais difícil, o fenômeno do empreendedorismo em massa se dissemina. Tão grande é esse movimento que o Governo Federal criou, em 2008, a categoria de Microempreendedor Individual (MEI) como medida para regulamentar centenas de profissões que atuam de maneira autônoma no Brasil. Entretanto, apesar do fenômeno citado, milhões de brasileiros ainda se encontram em vulnerabilidade econômica devida à precarização laboral.

Diante do exposto, o Ministério da Economia, na Secretaria de Trabalho, deve criar uma central de informações da população economicamente ativa para monitorar as condições socioeconômicas dos grupos de risco. Além disso, o Ministério da Economia deve colaborar com um programa de auxílio àqueles que desejam empreender, através do BNDS. Somente assim, será possível dignificar verdadeiramente o cidadão brasileiro por via do trabalho.