O fanatismo como forma de retrocesso (MODELO FUVEST,NOTAS PFVR)

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Segundo, o psicólogo Le Bon, nas grandes multidões, acumula-se estupidez ao invés de inteligência e que em atividades coletivas a aptidão intelectual dos indivíduos enfraquecem. Desse modo, percebe-se que, em grupos o ser humanos está apto para agir pela emoção ao invés de agir pela razão.

Assim, os cidadãos que pertecem aos grupos estão mais suscetíveis a serem manipulados e de certa forma cada vez mais próximo do fanatismo. Os fanáticos tendem a ter uma dedicação e zelo excessiva por alguém ou algo, ignorando tudo à sua frente.

De acordo, com o historiador Jaime Pinsky, o grande perigo das devoções extremas é a convicção inabalável. Diante desse afirmação, nota-se que o indivíduo fanático não é capaz de mudar o seu pensamento sobre algo ou alguém facilmente.

Em suma, a diligência é responsável pela rachadura na formação de opinião da sociedade. Opinião essa que é somente multiplicada pela grande maioria, principalmente em casos políticos, econômicos, religiosos etc. Enfatizando assim, que o fanatismo cega a sociedade, levando-a questionamento em questões já resolvidas.

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1 Correção

  1. Vamos lá, Anne. Escolhi essa, mas analisei superficialmente todas as suas redações e constatei um dado assustador: você está reduzindo o número de palavras.

    A título de curiosidade, a sua primeira redação tem 216 palavras; a última tem 150! Considerando que a média de palavras por linha nos cadernos de todos é de 11 palavras por linha, a última redação ocuparia menos da metade do espaço da folha de prova.

    Eu tenho a desconfiança de que você possa estar se intimidando com as correções que recebe na parte de norma culta, operando num “na dúvida, não escreve”. O problema é que você tem obrigações paragrafais a cumprir.

    Um outro problema que poderia explicar essa queda é a sua alta produtividade de textos. Você pode estar cansando: foram 10 redações em 18 dias! Sabe por que isso é um problema? Porque, no começo dos estudos, o ideal é entender a estrutura da dissertação-argumentativa, de preferência dissertando sobre temas fáceis – reescrevendo, se for necessário –, porque a sua preocupação no começo não pode ser com o conteúdo ou com a pesquisa de informações sobre o tema, mas justamente com as funções de cada parágrafo.

    Não é fácil argumentar, ainda mais numa prova, sem consulta, com nervosismo… Então, duas sugestões:

    i) não ter vergonha de errar. Não é possível aprender sem expôr todas as suas fraquezas. Quanto mais você erra, mais pode aprender.
    ii) dedicar as suas leituras ao estudo da matéria Redação. É descobrir quais são as funções da introdução, qual é a estrutura esperada no desenvolvimento, quais são as estratégias conclusivas possíveis, o que significa argumentar.

    Farei uma exposição bem básica das funções e estratégias.

    A) Introdução
    Aqui é uma parte em que você manda bem e costuma, inclusive, colocar mais palavras do que no D1. Aparentemente entendeu a estrutura, apesar de eu não ter visto tão bem assim neste tema do fanatismo:

    i) apresentação/contextualização do tema
    – o que é o problema proposto pela frase-tema?
    – de onde ele vem?
    – desde quando ele acontece?

    Há técnicas de apresentação de tema, são algumas delas:
    – base histórica
    – dados estatísticos
    – questionamentos
    – tradicional
    – definição
    – flashes
    – citação
    – situação concreta

    Você parece estar variando entre elas, e espero que defina a de sua preferência, para que se especialize. Eu não recomendo apostar em técnicas que são de difícil memorização, como a técnica dos dados. Se você faz consultas na internet, está se enganando. Se copia textos motivadores, cada banca pune do seu jeito.

    ii) tese/ponto de vista
    – explícita (única possível no enem, por causa da proposta de intervenção)
    – implícita
    – suspensa

    Essa é a linha de pensamento que guia os seus argumentos. É para onde você olha quando não sabe mais o que escrever. É para onde o corretor olha quando sente que você está se perdendo. É a cabine de comando.

    Se não estou enganado, a sua intenção com este texto aqui foi suspender a tese, para, só no final, expô-la, o que foi bem legal de ler.

    iii) fios soltos/encaminhamentos/spoilers

    Se texto vem de têxtil, eu não abro mão de chamar de fio solto, que será puxado pelo desenvolvimento, mas que chamem do que quiserem: ele tem um ar de suspense que, pra mim, cabe em qualquer estilo de prova, e aí faltaram tanto aqui neste texto quanto no texto mais recentemente publicado. A ideia é demonstrar planejamento. Você já fez fios soltos em algumas ocasiões. Reputo a demonstração do caminho, para evitar a leitura do inesperado, obrigatória.

    B) Argumentação
    Aqui é onde mais você tem potencial para evoluir. Não raro seus textos iniciam o primeiro argumento com um “desse modo”, como se o argumento fosse uma conclusão natural do seu posicionamento, e aí você corre o risco de encaminhar um desenvolvimento expositivo, porque o argumento não é uma conclusão do seu ponto de vista. Seu ponto de vista não é um fato do qual se possa extrair uma conclusão. O argumento é uma ideia de convencimento.

    Cada parágrafo argumentativo divide-se em:

    i) tópico frasal
    – frase curta, direta e objetiva que explica o seu posicionamento
    – argumento-em-si
    – é o que dá base ao suspense dos fios soltos

    ii) explicação do tópico frasal
    Já que nenhum argumento explica-se por si só. Recomendo trabalhar essa segunda frase do desenvolvimento com um “isso (acontece) porque”, para indicar ao corretor que você sabe o que está fazendo. É essa a função dos operadores argumentativos.

    iii) aprofundamento argumentativo
    – causas e consequências
    – dedução
    – indução
    – contra-argumentação
    – exemplificação
    – analogia
    – citação de autoridade
    – prova concreta
    – dados estatísticos
    – interdisciplinaridade

    Recomendo, na sobra de espaços para o desenvolvimento, combinar as estratégias argumentativas; e, novamente, o recado dado lá no começo: não estude focando em estratégias de difícil aplicação numa prova. Você deve se preparar para um tema sobre o qual não tenha nenhum conhecimento específico, e é por isso que é um problema estudar fazendo consultas.

    C) Conclusão
    No Enem é óbvia, na fuvest você já aparenta ter estratégia.

    i) retomada/apresentação de tese
    ii) estratégias conclusivas para manter o leitor interessado
    – proposta de intervenção
    – referência cultural
    – metáfora
    – ressalva
    – reflexiva
    – ironia

    D) Comentários finais
    Eu fiz toda essa exposição para dizer que não entendi muito bem quais são as estratégias em que você está se especializando.

    O maior problema nesta redação aqui é sair atropelando com informações, sem nem explicar o que é o problema do fanatismo, como se o leitor tivesse obrigação de entender o que está acontecendo. Calma aí, apresenta o tema: é sobre eleições, linchamentos, políticas de extermínio, pessoas atravessando a rua porque um idiota decidiu avançar o sinal fechado (odeio isso)? Por que ele é relevante de se falar agora? Onde ele ocorre? Como ele ocorre?

    Essas são algumas questões que você deve responder, porque você deve imaginar que a sua redação está sendo lida por alguém que achou o seu papel no chão de um parque público e sentou na cadeira pra ler. Você não quer assustar o seu leitor com um tiroteio de informações, até mesmo para evitar distorções: então o ser humano não deve trabalhar em grupo porque fica burro e fanatizado? Trabalho em grupo no colégio é tentativa de emburrecer os alunos? Ou então, a razão é a solução dos problemas da humanidade enquanto grupo? Goya, Goya.

    Outro ponto que precisa melhorar é o uso de operadores argumentativos. Eles aparecem principalmente no desenvolvimento, então não podem os parágrafos argumentativos serem pequenos. Você precisa produzir mais, nem que pra isso tenha que usar mais de uma estratégia argumentativa. E aí é importante seguir a fórmula Tópico Frasal + Explicação + Aprofundamento, porque é assim que você aquece o leitor para o que vai vir.

    Além disso, é complicado iniciar um parágrafo argumentativo já com uma citação de autoridade, simplesmente porque o texto dissertativo pede autoria, pede a sua marca, e você não deve deixar o leitor pensar que o seu texto é mera exposição da ideia de alguém. Ao contrário, você deve expor a sua marca e fazer o leitor pensar que é a autoridade que está concordando com você, que é a sua força argumentativa que se impõe; do contrário, correrá grandes riscos de ser lida como expositiva.

    Por fim, eu teria alguns pontos da norma culta a consertar, mas como desconfio de alguma relação entre isso e a sua redução de produtividade, fico aberto a pedidos nesse sentido pela caixa de mensagens.

    A qualidade das informações que você traz no texto está contrastando com a norma culta. Faça muitos exercícios de português. Você gosta de escrever e não pode se intimidar com o desconhecimento. E não deixe de treinar nas condições da prova, com tema surpresa, cronômetro e solidão.

    Bom, acho que era isso. Tentei trazer informações que compatibilizassem os seus dois propósitos, com uma preocupação com uma produtividade que me parece ser comum a ambas as provas.

    Abraço!

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