A famigerada frase “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”, de autoria do nazista Joseph Goebbels, ilustra a pretensão do governo de Hitler em moldar a opinião pública em seu favor – principalmente através da nova tecnologia da época, o rádio. Paralelamente à contemporaneidade, a manipulação do comportamento das pessoas em plataformas “online” se dá pincipalmente pela popularização de tecnologias recentes, como celulares e “tablets”. Tal facilidade de acesso propicia uma maior exposição dos indivíduos à mecanismos que coletam suas informações – com o fito de modificar suas ações para outras mais rentáveis -, mediante o controle de seus dados e, por conseguinte, provocando sua passividade quanto à tomada de escolhas.
Primeiramente, é mister encarar a internet como um ambiente de trocas , uma vez que as informações de cada usuário liberam diferentes funcionalidades, as quais não estão isentas de conflitos de interesse. Conforme mostra o documentário estadunidense “O Dilema das Redes”, diversas empresas e entidades se utilizam de estatísticas para levar propagandas personalizadas aos utilizadores de várias redes sociais, as quais usam diversos “truques psicológicos” para influenciar suas decisões – como a compra de determinado produto patrocinado, por exemplo. Com relação à esse aspecto, há ainda as chamadas “fake news” – notícias falsas -, que disseminam mentiras no mundo cibernético para influenciar a opinião das massas; as quais podem ser enviadas sob medida àqueles considerados mais vulneráveis pela inteligência artificial dessas redes. Nesse ínterim, fica claro o caráter prejudicial dessas ações à autonomia dos indivíduos – tratados, na verdade, como mercadoria.
Ademais, a falta de criticidade causada por essas atitudes revela-se um fator importante à independência dos usuários. De modo análogo ao conceito de “alienação” do filósofo Karl Marx – para o qual o trabalho automatizado e repetitivo torna os proletários alienados quanto às suas ações, verifica-se que o constante bombardeamento de conteúdos ajustados aos gostos dos internautas mitiga suas capacidades de escolha, já que eles se deparam repetidas vezes com informações que reforçam seu ponto de vista – não podendo escolher além do que está pré-estabelecido. Infelizmente, tais práticas se associam muito com as protagonizadas pelos sofistas (professores de oratória) na Grécia Antiga, os quais possuíam a estratégia de manipular a verdade através de seus discursos, para assim alcançar seus interesses. Portanto, é necessário deixar no passado essas ações deletérias – por mudanças operadas no presente.
Desse modo, medidas cabíveis devem ser adotadas. Urge que o Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com o SERPRO (Serviço Federal de Processamento de Dados), estabeleça diretrizes específicas que tutelem o uso de dados pessoais por parte de empresas públicas e privadas no Brasil – por meio de uma proposta de Emenda à Constituição entregue à Câmara dos Deputados. Com essa ação, espera-se manter a integridade e a privacidade dos cidadãos, os quais não deverão ver mais suas informações colaborarem para o lucro alheio. Além disso, compete ao Estado organizar campanhas de conscientização aos possíveis prejudicados, para que se atentem aos perigos do tráfego na “web”. Assim, o presente não irá encontrar mais nenhuma semelhança ao que foi preconizado por Marx, e a era de atitudes e notícias tendenciosas chegará ao fim.
mandsszsz
Primeiramente, parabéns pela redação.
Ao meu ver, parece estar grande demais, você usou muitos travessões para explicar o que disse. Seus argumentos são muito bons, mas como havia dito, ficou grande mesmo o texto, acreidto que tenha que ser um texto leve e repletas de areas distintas( você usou frases e trouxe diversidade para seu texto). Sua proposta de intervenção está muito boa, porém grande também.
Competência I: demonstrar domínio da norma culta da língua portuguesa;
NOTA: 120
Competência II: compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo;
NOTA: 160
Competência III: selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista;
NOTA: 160
Competência IV: demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação;
NOTA: 120
Competência V: elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.
NOTA: 160
NOTA FINAL: 720