O estigmas associados as doenças mentais no Brasil

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    No seriado brasileiro “Bom dia, Verônica”, é retratada a história de Janete, dona de casa, que por sofrer inúmeras opressões do seu marido desenvolveu traumas psicológicos que atenuaram a sua saúde mental. De maneira análoga à ficção, observa-se hodiernamente que as doenças mentais representam uma adversidade que assola a Federação Brasileira e existem estigmas associados à essa problemática. Nessa conjuntura, faz-se mister analisar o preconceito enraizado socialmente bem como a negligência governamental como fatores que coadjuvam para continuidade do impasse em território nacional.

    Em primeira análise, é fulcral pontuar que o preconceito enraizado é um fator preponderante no que concerne à garantia da saúde cognitiva populacional. Sob esse espectro, na obra “Pedagogia do Oprimido”, o pedagogo Paulo Freire afirma que o papel do ser humano não é falar ao povo sobre a sua visão de mundo, ou tentar impô-la a ele, mas dialogar sobre a sua e a do próximo. Nesse ínterim, a ausência de debates nas interações sociais acerca do bem-estar mental colabora para que os transtornos psicológicos sejam normalizados no país. Desse modo, como produto dessa realidade antagônica, o julgamento configura-se como um estigma solidificado que impede a minimização das doenças mentais no Brasil.

    Outrossim, é válido ressaltar que o governo é negligente no que tange à seguridade da saúde mental dos indivíduos. Sob esse prisma, de acordo com Thomas Hobbes, filósofo contratualista, é dever do Estado garantir a ordem social. Entretanto, na contemporaneidade, não é o que ocorre na prática, haja vista que, em virtude da precariedade, o sistema público de saúde não é capaz de conter a atual tendência de crescimento dos distúrbios psicológicos. Verifica-se, como consequência disso, que doenças como ansiedade e depressão fazem parte da rotina de muitos cidadãos brasileiros. Dessa maneira, tal cenário corresponde a um estado de inconstitucionalidade, visto que infringe o direito à saúde previsto na Constituição Federal Brasileira de 1988.

    Portanto, é imprescindível a tomada de medidas para dirimir o entrave abordado. Logo, cabe ao Poder Executivo, representado pelo Ministério da Saúde, através de subsídios financeiros, criar campanhas vinculadas às mídias que estimulem os debates sociais sobre a saúde cognitiva, dado que prevalece um preconceito enraizado sobre esse assunto, no intuito de desmistificar esse tema e aumentar a qualidade de vida populacional. Ademais, o Governo Federal deve construir hospitais especializados no tratamento de distúrbios mentais. Dessarte, será possível romper os estigmas associados às doenças mentais na República Federativa do Brasil.

 

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4 Correções

  1. C1: 200
    Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência.

    C2: 200
    Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.

    C3: 200
    Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de vista.

    C4: 200
    Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.

    C5: 200
    Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

    Nota: 1000

    Meus parabéns, sua redação está ótima!!

    Uma dica, é que como vc tem pouco espaço para realizar a proposta de intervenção, busque dar uma possível solução para um dos problemas ao final do próprio desenvolvimento, com uma frase como “Dessa maneira, cabe ao Estado solucionar a problemática vide o cumprimento da Constituição Federal”, mas é so uma dica msm, sua redação está ótima.

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  2. Sou iniciante, mas baseado no pouco que aprendi até agora, li sua redação e ficou muito boa! você sabe bem usar os repertórios, alusões combinados aos dados. Desenvolveu os argumentos direitinho, fez uma ótima introdução, citando a série, que me prendeu e me fez querer continuar lendo, apresentou as propostas de intervenção … Muito bom! Parabéns

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  3. C1 200 boa colocação da série , já demonstra que tem repertório .
    C2 200 . Uso da obra , e muito bem colocada .uso de conectivos variados .
    C3 200 . Argumentos bons , mas uma dica era ter colocado a mídia em vez do governo , ou trocado governo por Estado .
    C4 200 ótima conclusão , outra dica é focar em uma proposta , pois só uma pontua . Parabéns

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  4. C1: 160 (contei três desvios envolvendo crase e pontuação no primeiro parágrafo)
    C2: 200
    C3: 160/200 (não sei se o corretor vai ver o que eu vi, mas é complicado dizer que o atual crescimento de distúrbios é culpa do sistema público de saúde, quando as doenças mentais não parecem ser problema só de uma classe social ou, mesmo, de um país específico – e isso tudo tangencia o tema, os candidatos não foram convocados a falar de causas de doenças mentais; eu sinceramente não sei como argumentos como esse serão avaliados)
    C4: 200
    C5: 200 (e ainda bem que decidiu propor de verdade a única que combinava com o tema; não sei por que vocês escrevem duas propostas se sabem que uma delas vai ficar incompleta kkkk)

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