O estigma associado às doenças mentais no Brasil.(Corrijo de volta)

O filme “Coringa”, ao abordar a história do conhecido vilão do universo dos super-heróis, destaca as adversidades enfrentadas pelo personagem, acometido por uma enfermidade psíquica, ao lidar com um ambiente pouco propício à garantia de sua integridade. Analogamente à obra cinematográfica, o estigma associado às doenças mentais no Brasil avulta a existência de cenários tais qual o exposto na produção da sétima arte “Coringa”. Então, urge discutir e dirimir os impactos de aspectos hodiernos no que se refere à subvalorização de questões ligadas ao bem-estar psicológico, bem como os desdobramentos deletérios dessa celeuma no que tange à garantia do direito à dignidade humana.

Decerto, características intrínsecas ao cotidiano moderno corroboram posturas comunais que minimizam a importância da saúde mental. Nesse sentido, a Revolução-Técnico-Científico-Informacional fixou panoramas cujos baluartes são o rigoroso controle do tempo, a dependência de dispositivos digitais e busca desmedida por lucro. Por essa óptica, o estilo de vida tecnicista contribui para o ensejamento da secundariedade da integridade psíquica individual, haja vista que as longas jornadas de trabalho, a carência de tempo livre e a alta exposição nas redes sociais, a qual, não raro, amplifica pressões pelo atendimento do padrão considerado como perfeito pela opinião pública, são, bastantes vezes, prejudiciais à manutenção sadia do bem-estar físico e psicológico. Isso porque esses fatores minimizam os cuidados e as informações populacionais ante quadros de saúde e reverberam o aumento da incidência de patologias, a saber da depressão, da ansiedade e da nomofobia. Impende, pois, a incitação de alternativas que, visando a eliminar efeitos contraproducentes do advento da Era da Informação, encorajem posturas comunitárias de salvaguardo da maximização da estabilidade psicológica.

Ademais, o estigma presente em visões sociais que estão atreladas às doenças mentais desvirtua a democratização do desfrute da dignidade cidadã. Nesse prisma, a Constituição Cidadã elucida que a saúde de qualidade é direito de todos e dever do Estado. Entretanto, embora existam ordenamentos jurídicos que firmam o suporte e o atendimento valoroso em face de patologias psiquiátricas, a perenização de posturas errôneas e de tratamento preconceituosos, como as piadas e os estereótipos que abrangem civis com enfermidades psíquicas, fomenta processos nocivos, uma vez que, majoritariamente, essa normatização de hábitos maléficos intensifica o desestímulo civil perante a busca de auxílio para sua patologia psicológica, o constrangimento público de civis e a adoção de métodos nas infraestruturas hospitalares que recrudescem a vulnerabilidade dos pacientes, mormente em áreas localizadas na periferia. Portanto, é fulcral determinar diligências governamentais que, conforme a Carta Magna, difundam a universalização da conquista da saúde mental.

Destarte, é mister combater estigmas associados às doenças mentais no Brasil. Nesse viés, o Ministério da Saúde, em parceria com o Ministério da Educação, deve, por meio de campanhas de inferência, as quais serão veiculadas em propagandas televisivas e e na arena digital, de debates públicos e de palestras, elaborar e fortificar ações calcadas na alteridade que minimizem visões que minoram a ingerência do atendimento das necessidades psicológicas com o fito de expurgir comportamento maléficos ao bem-estar comunal. Outrossim, também é do encargo do Ministério da Saúde o estabelecimento de infraestruturas hospitalares que, mediante o direcionamento eficaz de verbas, assegurem o acesso a tratamentos de saúde de qualidade, principalmente no âmbito psiquiátrico e nos panoramas de áreas periféricas, a fim de democratizar o direito à integridade psicológica. Desse modo, criar-se-ão caminhos para a valorização da saúde mental e de questões adjuntas, restringindo conjunturas similares à do filme “Coringa” à ficção.