O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira (PADRÃO ENEM)

Proposta por Newton, a lei da inércia afirma que u corpo tende a permanecer em movimento até que seja submetido a uma força capaz de mudar seu trajeto. Atuando conforme essa lei, o estigma associado às doenças mentais é um problema que persevera, no Brasil, há um longo período. Isso ocorre devido à cobrança excessiva dos jovens e adultos em ter uma imagem perfeita frente à sociedade, ocasionando em preconceito e falta de oportunidades para com as pessoas que sofrem transtornos, pois esse fator age como força impulsionadora dessa adversidade.

Em primeiro plano, é importante destacar que, a atual visão de “vida perfeita” está totalmente deturpada e as redes sociais se apresentam como forte aliada desse problema, pois os usuários acabam criando um ambiente de vida sem defeitos, escondendo qualquer empecilho. Nesse pensamento, de acordo com dados divulgados pela OMS, em 2017, mais de 11 milhões de brasileiros sofrem de depressão. Esse fato ocorre pois, ao entrar em contato com a web, esse grupo se depara com a realidade utópica das redes, assim, se comparando e criando em si o sentimento de inferioridade e se isolando do mundo real.

Em segundo lugar, cabe salientar a vulnerabilidade desses indivíduos na área social. Durante o Iluminismo, no século XVIII, houve a declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, na qual afirma que todo ser humano faz jus a condições dignas de subsistência. Entretanto, ao analisar a atual situação brasileira, observa-se que esses direitos são ineficazes para os indivíduos que sofrem de transtornos mentais, visto que o próprio corpo social os rotula e os vê como diferentes do normal. Dessa forma, abre-se brechas para o preconceito e exclusão desse coletivo, fator que implica negativamente na ordem e funcionamento do País.

Diante dos fatos supracitados, percebe-se que ainda há obstáculos para garantir a concretização de políticas que objetivem a construção de um mundo melhor. Para que isso aconteça é necessário que o Ministério da Saúde, com verbas governamentais, promova projetos de auxílio para essa parcela da população, como rodas de debate acerca do tema “saúde mental”, abetas a todo o público, para que assim se crie uma proximidade entre todos e torne a sociedade mais igualitária. Ademais, como já dito pelo educador Paulo Freire, a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo. Por isso, é dever do estado a criação e implantação de um projeto nas escolas, na qual sejam realizadas palestras, com a participação de psicólogos, para mostras aos alunos o impacto negativo que as redes sociais têm e, também, debates sobre a importância de manter a mente saudável. Posto isso, se fará presente uma realidade onde o estigma associado a problemas mentais estará no caminho da extinção.