o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

O machismo é um impasse social que concerne não só as mulheres em seus cotidianos, em ramos profissionais, religiosos e de entretenimento, mas também abrange os homens no que se refere aos estigmas. Haja vista, a visão opressora que esse empecilho social apresenta em relação às doenças mentais de que esses são distúrbios dispensáveis, sendo assim, banalizados o que provoca , consequentemente, malefícios para mulheres e homens. Nessa perspectiva, é necessário mencionar a ausência de informação e a cultura de banalização de transtornos psicológicos como causadoras dessa problemática.

Em primeiro lugar, faz-se fundamental citar a deficiência de conhecimento como impulsionadora do conflito em questão. Destarte, as informações limitadas do corpo social brasileiro associadas aos transtornos mentais acabam por, propulsionar o preconceito que existe atribuído a eles. Diante disso, ao dispor do mínimo conhecimento sobre essas doenças, o sujeito tende a julgar aquele que contém a enfermidade, por justamente essa, não apresentar incapacidade visível e, portanto, alimenta esse estigma. Nesse sentido, essa situação é capaz de prejudicar o doente que passar por julgamentos pois o enfermo sente-se sem apoio emocional, ocorrência favorável a sua doença. Dessa maneira, esse fato diverge do pensamento do filósofo John Locke, que visa a necessidade da reflexão sobre as experiências que o ser humano obtém ao longo da vida para desenvolver o conhecimento. Sendo assim, a sociedade brasileira reproduz a intolerância à doença mental sem ao menos cogitar sobre tais transtornos psicológicos.

Além disso, é preciso salientar que as doenças da mente são desconsideradas em analogia àquelas físicas. Sob esse viés, os distúrbios mentais são desprezados e possuem pouca atenção por parte da sociedade. À vista disso, essa banalização é  retratada pela escassa investigação profissional e também pelo número crescente de suicídios no Brasil. Dessa forma, a cultura de desdenhar esses problemas de saúde provém de um contexto histórico, pois somente no século XXI  que a população iniciou o investimento nesse âmbito psicológico. Isto decorreu por existir esse estigma, o que ocasionou sua conservação por muitas gerações.

Tendo isso em vista, é dever do Ministério da Saúde realizar consultas psiquiátricas com a comunidade, por meio do Sistema Único de Saúde e necessita priorizar aqueles que dispõem do diagnóstico da enfermidade. Essa ação tem a finalidade de tornar essa área da saúde menos estigmatizada, ao demonstrar que todos carecem de cuidados com a saúde mental. Logo, a cultura de banalizar e estigmatizar serão apenas lembranças da história brasileira.