O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

O livro do escritor José Saramago, “Ensaio sobre a cegueira”, faz uma crítica ampla em relação aos problemas da sociedade, onde as pessoas podem ser cegas para cenários como o estigma associado as doenças mentais no país. Fora da literatura, esse problema é decorrente de fatores externos ao indivíduo, que induzem o aparecimento dessas doenças, bem como da falta de incentivos do Estado que visem uma mudança de pensamento frente a essas enfermidades. Diante disso, é necessário que essa problemática tão importante seja superada.

Nesse contexto, a pandemia do COVID-19 exemplifica de forma concisa esses fatores externos que levam ao aparecimento dessas doenças. A necessidade de isolamento entre as pessoas levou a um aumento de casos de depressão, ansiedade e outros transtornos que prejudicam a vida em sociedade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 5% da população brasileira sofre de depressão, sendo o país mais depressivo da América Latina. Esses números demonstram a gravidade desse cenário, onde as pessoas são cada vez mais estigmatizadas, apesar de uma grande parcela da população estar inserida nessa problemática, dificultando que as pessoas possam superar a doença, necessitando de intervenção imediata.

Outrossim, não ter uma doença não significa necessariamente que a pessoa esteja saudável mentalmente. Todos os dias as pessoas sofrem com problemas e fortes emoções que as desestimulam a seguir com a vida. Para ter saúde mental é preciso aprender a aceitar o que a vida tem para oferecer, a reagir de maneira consciente e harmonizar as diferentes esferas da sua existência, porém, muitas não conseguem, desenvolvendo doenças e a constante busca pela morte. Exemplo disse é o ator Heath Leadger, o icônico coringa dos filmes do batman. Ele tomou diversos comprimidos, tendo uma overdose que o levou à morte. Vítima de uma sociedade individualista e que pouco se importa com a vida dos outros.

Portanto, diante do exposto, é importante que o Estado, através do Ministério da Saúde, realize palestras e propagandas nas escolas de ensino básico e nas grandes mídias, buscando ampliar os conhecimentos da população acerca desse tema, fazendo dela uma sociedade menos ignorante e mais aberta a discussões, destacando a importância de combater preconceitos sobre tais enfermidades para dar uma vida mais digna ao enfermo. Ademais, é necessários maiores investimentos no Sistema Único de Saúde (SUS), dando um maior suporte ao tratamento dessas doenças, de forma gratuita e universal. Somente assim a crítica feita por Saramago será superada e a população enxergará de forma consciente a problemática.

PODEM CORRIGIR COM NOTA IGUAL O ENEM? POR CADA COMPETÊNCIA.