O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

O filme “O lado bom da vida” retrata, por meio do drama, o personagem principal lidando com seus transtornos ocasionados pela traição de sua ex-mulher e como sua família o apoia e ajuda neste processo. Fora dos cinemas, a realidade não procede da mesma maneira, já que o estigma das doenças mentais ainda torna-se presente, marcado por falta de informações e preconceitos. Nesse sentido, visando o bem estar social, este ato retrógrado de caráter destrutivo e inercial deve ser analisado e combatido.

É imprescindível ressaltar, a princípio, que o tratamento precário da sociedade para indivíduos com ansiedade, depressão e outras doenças mentais, gera no mesmo consequências maiores e atitudes que pioram o seu quadro, como se isolar em dimensões crescentes, já que possui a certeza que não será compreendido. Diante do exposto configura-se como verídico a “Atividade Blasé” proposta pelo sociólogo alemão Georg Simmel, que ocorre quando a sociedade não possibilita suporte onde deveria.

Cabe destacar, ainda, que a situação é recorrente por conta das redes sociais que induzem o indivíduo a pensar que sua vida não está encaixada no padrão exposto, gerando frustrações. Ademais, algumas famílias não  tratam  as doenças mentais da forma que deveriam, invalidando os comportamentos de choros, isolamento e desinteresses demonstrados, esquecidos pela máxima de Platão que afirma “Mais importante do que viver é viver bem”. Esses fatores contribuem na formação de um problema com dimensões cada vez maiores.

Diante dos fatos supracitados, medidas devem ser tomadas a fim de resolver o impasse. Faz-se necessário que o Ministério da Saúde crie Centros  de Encontros para indivíduos com doenças mentais, de modo que tenham rodas de discussões, atividades e encontros com psicólogos especializados, com a presença dos familiares que estarão prestando suporte. Ademais, peças midiáticas, com subsídio estatal, promoveriam a veiculação em rede nacional de casos reais de indivíduos que conquistaram melhoria durante os encontros e transmissão de informações verídicas sobre as doenças mentais a fim de diminuir os preconceitos. Seguindo assim, o que foi dito pelo escritor Augusto Cury “O auto conhecimento é melhor que medicamentos”.