O estigma associado as doenças mentais na sociedade brasileira

A Constituição Federal de 1988,documento jurídico mais importante do país, prevê em seu artigo 6°,o direito à saúde como inerente a todo cidadão brasileiro. Conquanto tal prerrogativa não tem se repercutido com ênfase na prática quando se observa às doenças mentais na sociedade brasileira, dificultando deste modo, a universalização deste direito que é tão importante. Diante dessa perspectiva faz-se imperiosa a análise dos fatores que favorecem esse quadro.

Em primeira análise, deve-se ressaltar a ausência de medidas governamentais para combater as doenças mentais. Nesse sentido, destaca-se a depressão que hoje é a doença mental que mais tem atingido pessoas no mundo. É visível a falta de recursos e tratamentos mentais, poucas são as clínicas especializadas em tratamentos mentais. Essa conjuntura, segundo o filósofo contratualista Jonh Locke, configura-se como uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpri o dever de garantir direitos indispensáveis como a saúde mental. O que claramente é evidente no Brasil.

Ademais, destaca-se o preconceito como impulsionador desse problema no país. Segundo a filósofa Simone Beauvoir “o mais escandaloso dos escândalos é que nos habituamos a eles”, ou seja, mais escandalosa que a problemática abordada, é o fato da sociedade se conformar e fechar os olhos diante dessa realidade. O Brasil é o país com mais número de depressão da América Latina, e as pessoas veem essa doença como inferior as demais, agindo com palavras preconceituosas, que podem prejudicar mentalmente um indivíduo. Logo é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Portanto, é imprescindível que o Ministério da saúde, por meio de verbas governamentais, crie clínicas especializadas em saúde mental, e crie também campanhas publicitárias a fim de conscientizar a população e tratar as doenças mentais. Assim será consolidada uma sociedade mais saudável e justa, na qual o Estado cumpra o seu contrato social, tal como afirma Jonh Locke.