O ESPORTE COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL

Sob a ótica de Nelson Mandela, advogado e ativista, o esporte é uma ferramenta que possui a capacidade de mudar positivamente o mundo. Embora seja imprescindível, tendo em vista o potencial benéfico dessa esfera na saúde física e psicológica, bem como na inclusão social e desenvolvimento de valores éticos nos indivíduos, não é tratada com seriedade no Brasil. Nesse contexto, é evidente a importância dessa temática para a coletividade, entretanto, possui vários óbices devido à deficiência de infraestrutura pública e a ineficiência de incentivo à prática esportiva.

A priori, um dos fatores que impedem o êxito na inclusão social é a carência de infraestrutura adequada. O esporte possui a capacidade de integrar e proporcionar qualidade de vida a grupos socialmente reprimidos, por exemplo, pessoas com deficiência, indivíduos com condições socioeconômicas desfavoráveis e moradores de áreas pobres. Conquanto, de acordo com o Censo Escolar de 2015, 6 de 10 escolas públicas não possuem quadras para atividade física. Sob esse prisma,  com a ausência de espaços torna-se complicado promover o potencial inclusivo e de desenvolvimento de valores éticos por intermédio do desporto.

Adicionalmente, a ineficácia no incentivo à adesão da população à prática desportiva é um obstáculo. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 afirma que o esporte é direito de todos cidadãos e dever do Estado. Entretanto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 100 milhões de pessoas não praticam esporte no Brasil, contrariando os preceitos constitucionais. Por consequência da carência do apoio do governo para com esse tema,  surgem sérios impasses de saúde pública como obesidade e sedentarismo, mas também de segurança, por exemplo, a criminalidade e abuso de drogas, resultado do não uso dessa ferramenta inclusiva e dos potenciais advindos dela.

Portanto, é notório que o esporte é uma ferramenta inclusiva e que promove qualidade de vida para o coletividade. Dessa forma, para elucidar os obstáculos que impedem o potencial integração social, urge que a Secretaria Especial do Esporte em parceria com o Ministério da Educação (MEC), construam espaços para a prática de atividade física nas instituições, por meio de um projeto de lei que disponha de um período máximo para que todas as prefeituras adequem-se à norma, disponibilizando recursos e fiscalizando. Paralelamente, o MEC deve promover campanhas de incentivo nas redes sociais e mídias televisivas. Assim, o poder transformador descrito por Mandela se tornará algo factível.

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