O esporte como ferramenta de inclusão social

Na Grécia Antiga, era comum, durante o período olímpico, a utilização da prática esportiva como meio de conquistar prestígio social. Ainda hoje, esse papel desportivo é comum nas diferentes sociedades, inclusive na brasileira, como forma de garantir inclusões sociais. Torna-se válido, portanto, discorrer sobre os fatores sociais que corroboram para sua eficácia e, também, suas consequentes problemáticas.
Primeiramente, é preciso destacar a importância dessa inclusão como forma de ascensão econômica. No Brasil, grande parte dos jogadores de futebol advêm de camadas periféricas da população. Como esse esporte é o mais popular do país, o reconhecimento público dessas pessoas se torna grande e tal prestígio é refletido na transformação destes em exemplos a essas comunidades vulneráveis. Nota-se, portanto, a essencialidade do esporte em contexto econômico e, consequentemente, social.
Em segunda análise, porém, é importante observar esse processo de integração como maneira de reiterar a estrutura socio-política do país. Ao classificar essa função do esporte como também econômica, percebe-se, utilizando a visão de classes marxista, a credibilidade da ascensão social somente sob esse aspecto, visto que o capital cultural, como ferramenta do mesmo propósito, não é garantido a essas comunidades e nem mesmo incentivado, haja vista a necessidade de manutenção do status quo.
Fica claro, portanto, a funcionalidade do esporte como maneira de inclusão social, a qual, contudo, mascara, infelizmente, contrastes sociais diversos. É preciso, nesse sentido, que o Estado, especialmente o Ministério da Educação, junto à entidades civis, desenvolva projetos capazes de estimular tais práticas, como palestras e debates entre profissionais tanto da área esportiva quanto de outras, a fim de ampliar o desenvolvimento social já evidenciado pela primeira e impulsionar o caracterizado pela segunda.