Mestre

O Direito de Votar: como fazer dessa conquista um meio para promover transformações sociais que o Brasil necessita?

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Diretas já foi um movimento popular com o objetivo de reivindicar o direito a eleições diretas para a presidência. Entretanto, embora os cidadãos brasileiros tenham conquistado as eleições diretas, resultou que, na era contemporânea, o governo se encontra marcado pela corrupção, enquanto que sua negligência estagna as transformações sociais que o Brasil necessita. Desse modo, convém analisar os aspectos dessa problemática, a fim de conquistar o pleno funcionamento da sociedade.

Em primeiro lugar, tendo em vista o panorama supracitado, é indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas da falta de transformações sociais. Acerca disso, é pertinente trazer o discurso do ex-presidente dos EUA Thomas Jefferson, no qual ele aborda o dever do político: “Quando um homem assume uma função pública, deve-se considerar propriedade do público”. Partindo desse pressuposto, o governo e sua administração têm como objetivo satisfazer e garantir a todos os indivíduos o desfrute de seus direitos como cidadãos da nação brasileira, porém isso apenas é constatado na teoria, e não devidamente na prática, haja vista que as eleições atuais se consistem em candidatos que prometem várias mudanças, mas não cumprem sequer a metade.

Em segundo lugar, destaca-se a passividade e a ignorância dos cidadãos como principais contribuintes para a permanência desse impasse na sociedade. Isso porque, de acordo com o sociólogo francês Émile Durkheim, o indivíduo só poderá agir, quando o mesmo tiver conhecimento sobre o contexto em que vive e condições de que depende. Logo, sem o real conhecimento sobre o quão a política é um fator determinante para o futuro da nação, boa parte da população atua como uma pessoa vendada, votando impulsivamente sem sequer se importar com as qualificações do candidato, apenas rezando para que esteja indo na direção certa. Por fim, observa-se que esse quadro de ignorância do cidadão quanto à importância de seu voto tolhe o progresso social e negligencia a sua principal ferramenta para mudar esse cenário – o voto.

Faz-se mister, portanto, a aplicação de medidas para solucionar esse impasse. Dessarte, as instituições escolares devem fazer-se responsáveis pela educação política nas escolas, mediante introdução de aulas lúdicas e professores capacitados – que ensinarão o valor da política para a sociedade e como averiguar quem eleger –, para que haja mais autonomia de pensamento e senso crítico na hora de votar em alguém. Assim, as futuras gerações saberão cobrar os seus direitos aos políticos e o Brasil dará um passo à frente com suas transformações sociais.

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2 Correções

  1. Olá, Dio_Hyun! Espero que esteja bem!

    Gostei bastante do seu texto. Traz repertórios de peso e, o mais importante, faz com que essas referências sejam produtivas, ao conseguir conectar o que você pensa com o que a história e a filosofia tem a dizer sobre o tema.
    Vamos começar pela introdução
    Na minha percepção, as Diretas Já poderiam ser melhor evidenciadas, primeiro que é um momento histórico muito marcante para a história do nosso país e, segundo, porque é sua introdução. A introdução de uma redação precisa estar bem ‘perfumada’, precisa dar aquela moral para o seu texto. Uma ideia poderia ser:

    ” O movimento ‘Diretas Já’, de cunho político e social, foi conduzido, em meio a ditadura militar, pela juventude de ‘caras pintadas’ que reivindicavam a consolidação da eleição direta e, consequentemente, a construção de uma sociedade sob os pilares da democracia. Na contemporaneidade, apesar do voto direto se constituir como um direito, a democracia sucumbe diante…”

    Esse é só um exemplo, mas tentei trazer detalhes e um link entre o passado e o futuro.

    Além disso, na introdução você não fala sobre como os brasileiros são passivos diante do voto. O que faz falta, porque é um argumento que surpreende ao longo da redação, mas que não foi mencionado na introdução.

    No segundo parágrafo, quero destacar esse trecho: ” população atua como uma pessoa vendada, votando impulsivamente sem sequer se importar com as qualificações do candidato, apenas rezando para que esteja indo na direção certa. ”
    Entendi perfeitamente o que quis dizer, e faz todo sentido. Apenas os termos ‘pessoa vendada’ e ‘rezando’ , na minha opinião, ficaram um pouco coloquiais. Mas, isso fica ao seu critério.

    Finalizando: Conclusão completíssima

    Agente : Escola
    Ação: ensinarão o valor da política para a sociedade e como averiguar quem eleger
    Modo: introdução de aulas lúdicas e professores capacitados
    Efeito: para que haja mais autonomia de pensamento e senso crítico na hora de votar em alguém.
    Detalhamento: Assim, as futuras gerações saberão cobrar os seus direitos aos políticos e o Brasil dará um passo à frente com suas transformações sociais.

    No mais, na minha opinião, o seu texto está muito bem escrito. Traz repertórios legais, e desenvolve bem os argumentos. Só fica a dica que sua introdução é o grande ‘chamariz’ da sua redação.

    Espero ter ajudado pelo menos um pouquinho! Qualquer coisa estou por aqui!
    Abraço

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  2. Salve, Dio! Eu lhe propus um passeio pelas Competências para que você possa entender como as notas funcionam, seja para auxiliar os colegas, seja para ajudar a si próprio na hora da prova.

    A Competência 01 é a mais difícil de gabaritar. Ela divide-se em dois tipos de análises: a dos desvios e a das falhas estruturais. Quanto a estas, você pode ficar tranquilo, pois são falhas que travam a leitura (frase que não termina na hora certa, frase que termina cedo demais e repetição ou omissão indevida de palavra). Quanto àquelas, porém, já faço uma ressalva sobre a excelente correção da Rosa: a informalidade conta como desvio de escolha de registro (página 43). Erre uma pontuação ou outra e está aí a impossibilidade de ganhar 200 pontos na C1, que só permite até 02 desvios. Sua nota aqui, então, é 160 (poucos erros, principalmente considerando as 409 palavras do texto, que são contadas proporcionalmente) Talvez não valha a pena grilar com isso, mas, quanto mais palavras escrever, mais chances de o corretor encontrar erros aqui.

    A Competência 2 é uma das mais tranquilas. Ela receberá 40 se houver tangência ao tema – assim como as Competências 3 e 5 –; 80 se houver cópia integral dos textos de apoio; 120 se o candidato apenas mudar algumas palavras dos textos de apoio, escrever inverdades (falta de respaldo, legitimidade) ou trouxer informações que nem tocam numa das palavras da frase-tema; sua missão para o 200 é trazer um repertório original, conectado ao tema e que traga alguma contribuição concreta para o teu argumento. Se faltar produtividade, ganha 160. Completo, 200. Bem tranquilo.

    A Competência 3 toca nas questões que a Rosa mais gosta de explorar. Trata-se da coerência, das ideias fechadas, da sensação de que o seu texto é incontestável. Quem gabarita essa Competência não deixa perguntas importantes do seu projeto de texto sem respostas.

    Quando leio que há um problema constitucional na atuação dos políticos (Argumento 01), eu vou querer entender qual é a relação entre ambos, mas isso foi esquecido com a citação. Há uma certa pressa aí. Primeiro o tópico frasal; depois a explicação do tópico frasal; e aí você pode aprofundar com as técnicas que domina. Do contrário, grandes chances de se perder.

    Da mesma forma, a questão da passividade/ignorância cidadã (Argumento 02): de onde vem essa sua percepção? O que explicaria tal acontecimento? Não é a citação que explica o seu argumento em si, mas apenas o contextualiza – justifica o “destaque”, e não a ignorância/passividade. É possível dizer, até, que esse segundo argumento é problemático, já que vemos a população participando cada vez mais da política nas redes, contribuindo com informações para CPI! Posicionando-se contra ou a favor de uma Copa América…

    Enfim, dá pra discutir esse argumento aí, e isso é um problema de C3. Outro problema de C3 é quando a proposta não é antecipada de uma forma mais clara. Em que momento foi apontado que o problema da não transformação pelo voto é a falta de educação? É importante saber o que vai propor como intervenção antes de expôr os seus argumentos.

    Bom, tudo isso (somando, aqui, os pertinentes apontamentos da Rosa) é o que separa o 160 do 200 nessa competência. O 160, porém, é certo que você conquistará. Basta desenvolver a maior parte das informações. Ou seja, ponha a informação e demonstre a importância dela para o seu argumento.

    A Competência 4 é outra que você tem a obrigação de gabaritar. Os requisitos são simples. Há uma diferença entre recursos coesivos (gênero) e operadores argumentativos (espécie). Isso é importante para não sair por aí falando que o texto de alguém não tem conectivos, pois o uso de sinônimos é técnica coesiva, assim como conjunções, artigos – eu vejo que você come alguns artigos, e o ideal é não comê-los, ok? –, pronomes, entre outros. Operadores argumentativos, porém, são os clássicos da página 14. São chamados assim porque atribuem sentidos aos termos que ligam, e isso é importante numa dissertação-argumentativa. É a sua marca. Recomendo ler a página 19 a respeito dos requisitos para cada nota e chamo a sua atenção para a repetição de palavras que ocorreu no parágrafo 3º, mas lembrando que não há uma vigilância excessiva quando o texto está fluido (página 6), então o único cuidado que eu realmente espero de você é na hora de atribuir o sentido correto à frase ligada pelo operador argumentativo.

    Por fim, a conhecida de todos, Competencia 05: os 05 elementos da Proposta. Peço que se atente à página 18, em que eles trazem vários exemplos de identificação do detalhamento e perceba que eles sempre negritam uma frase com um operador (afinal, a exemplo, na condição de, uma vez que, como…); então vou te pedir pra organizar melhor essa parte porque o corretor vai ler em 3-10 minutos, ele quer que você o ajude. Essa é uma dica simples que está faltando pra muita gente aqui e vai tirar 40 pontos delas por puro desconhecimento daquele manual, o que é triste. Corretor bonzinho faz um esforço nessa parte, e é o que o próprio manual recomenda, mas nem todos devem ter essa paciência de decifrar os sentidos que o candidato não deu ao elemento.
    Bom, com tudo isso, é tranquilo afirmar que o texto acima tiraria 920, pecando em C1 e C3, que são os grandes desafios de um enem que tem um monte de gente já tirando 900, a ponto de virar top trending no twitter. Enfim, foi apenas um passeio, até porque os manuais já são bem didáticos se você quiser aprofundar a tua ajuda aos colegas, mas vejo que a tua meta é olhar sempre pro 200 quando pegar aqueles materiais.

    Abraço, xará! Eu sou Dio num joguinho aí haha

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