O desafio da alimentação saudável no Brasil

No início do século XIX, Thomas Malthus, economista e demógrafo britânico, desenvolveu uma teoria, a qual afirmava que o mundo sofreria de escassez alimentar. Entretanto, essa ideia foi refutada, pois há alimento suficiente, porém, mal distribuído. A partir desse contexto, compreende-se que, na sociedade brasileira atual, o prato com o sustento serve para nutrir o capital e, desse modo, pessoas são estimuladas a consumirem sem necessidade, enquanto outras carecem desse poder. É o que tem gerado um árduo desafio da alimentação saudável. Nesse sentido, entenda-se que esse problema advém do domínio de grandes empresas sobre a consciência da população, além da falta de uma eficácia postura intervencionista do Estado. 

Em primeiro plano, cabe analisar que as empresas do setor alimentício são, em grande parte, responsáveis pelo controle da consciência das pessoas no que tange à alimentação. Quanto a isso, por intermédio da mídia e propaganda, as gigantes do setor alimentício coagem indiscriminadamente as pessoas a consumirem seus produtos e, dessa forma, os indivíduos perdem a postura crítica, levando a ingestão exacerbada e surtindo em distúrbios alimentares. Sobre essa premissa, pode-se justificar pela Industria Cultural do filósofo Theodor Adorno, a qual oferece produtos que promovem uma satisfação compensatória, agradando os indivíduos e submetendo-os a seu monopólio. 

Em segundo plano, também vale ressaltar o papel fundamental do Estado com uma postura intervencionista. A par disso, a entidade deve garantir, segundo o art. 6° da constituição, princípios como: assistência aos desamparados, alimentação e saúde. No entanto, com uma tendência polarizada, esses privilégios acabam se tornando produtos, onde apenas uma parcela restrita da população é favorecida. Segundo o filósofo jurista John Rawls, é papel fundamental do Estado redistribuir, de modo equitativo, os bens que estão firmados na lei. Entretanto, prevalece na sociedade as desigualdades, assim como triste cenário de pessoas sem ter o que comer no dia a dia. 

Em síntese, ações devem ser tomadas a fim de mitigar o desafio de uma alimentação saudável no país. Portanto, urge que o Estado, na figura de seus Ministérios, elabore um projeto de iniciativa à alimentação consciente que, por meio das publicidades, ajude as pessoas a terem a conhecimento sobre os malefícios que as imposições consumistas por parte de empresas tendem a oferecer, assim como levar os modos de uma alimentação saudável, com o fito de promover um bem estar social. Além disso, o órgão tem a responsabilidade na garantia dos direitos aos desfavorecidos. Assim sendo, ele deve criar uma entidade que, em parceria com órgãos beneficentes, faça um mapeamento e ajude na redistribuição de cestas básicas às famílias carentes, suprimindo a fome, com o objetivo de um bem coletivo. Logo, o sucesso virá com um país saudável.